Madame La Chatte

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in | Posted on 09:27

… E assim morria ela, todas as manhãs… embora espreitasse todas as vezes aquele lugar. Há nascentes que ficam interditas. Mantêm-se na boca das coisas estreitas. Há toques que nunca conhecem a luz do dia, não porque lhes seja dada a autorização, apenas porque fenecem. São aventais que escondem a ordem do dia, e tragam nas escritas vinhos doces de algum lagar. Aqui os amantes morrem antes de se conhecerem. Os seus beijos são passos que nunca andam à frente. São estreitos os olhos com que se olham!! Há neles muita intensidade envergonhada devorada. Amanhã, perdem-se… um leva o braço do outro. Há quem leve os órgãos sexuais. Rouba-os como quem rouba as janelas da vida. Depois vão vender-se como se eles soubessem a história. Os amantes não foram feitos para se encontrar, mas para se desencontrarem. Não nasceram de facto. São semimudos, semimortos. Semitudo!!! Nunca os ouvirás rindo. Eles escondem-se debaixo das saias. Por isso eles são semitudo em tudo. São pedaços pertencentes de uma outra metade. Uma metade que eles ocultam. A vida não veio para eles, apenas veio o deliro!! Um deliro de um dia!! Parece pouco? Não! É assim mesmo que se sentem depois da travessia dos prazeres.
Qualquer despertar, é uma mentira. Amanhã, andarão procurando!! Novamente e novamente! Nunca descansarão!! E não sabem que nunca irão descansar!!!! …

NãoSouEuéaOutra in ‘’ contos malditos das Vulvas enlouquecidas na procura da vida ‘’

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Bichinho Azul, conta p´ra mim quantos dedinhos e buraquinhos contou por aqui?

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