Da Dor da Perda

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , | Posted on 12:27



Chegou-me este cheiro a Mar
Nas Crateras da Terra vou Mergulhar
Dizem-me os ancestrais que deixaram de Amar...
Fui ficando como um fio de cabelo
Enrolando ao entardecer por entre os dedos o pêlo
Onde o coração já nada mais  é senão gelo...



INFORMAÇÃO:

Não há endereço de e.mail algum da minha parte com o titulo deste blog. Repito: Não escrevo para ninguém com um e.mail cujo endereço seja nãosoueuéaoutra, ou tenha esse nome ou outras palavras ligadas. Não existe. Se existe, não sou eu.  Não estou em mais nenhum site, nem com outros nomes e, apenas o que está no perfil conectado a este.
Se alguém recebe alguma coisa, aviso que nada tem a ver comigo!!!

A Mulher

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , | Posted on 12:17

Por, Álvaro Ribeiro

(...)A mulher está virtualmente em paixão, porque lhe é vedado exprimir os seus sentimentos e manifestar as suas emoções, ou porque receia as represálias de uma sociedade que considera ridículo o amor, de uma sociedade que tende a transigir com a disciplina erótica de novas doutrinas sexuais. Obrigada a transferir a sua actividade, que se destina geralmente a pessoas, e especialmente a crianças, para as coisas de valor social, a mulher altera a sua personalidade por masculinização, até chegar à idade em que naturalmente se desinteressa de todos os atributos da feminilidade. Mau psicólogo será aquele que não souber ouvir, no discurso aparentemente neutro da mulher, um fio de voz que pede liberdade para a vida sentimental, e lealdade do homem que mereça o sacrifício dessa liberdade em dedicação.

Esta regra, seguida pelos romancistas, de considerar a mulher virtualmente apaixonada por um homem, é como todas as regras susceptível de sofrer excepções. A excepção cai sempre abaixo da regra, porque a excepção superior, se existisse, abriria caminho para uma regra melhor. Esta regra literária costuma ser, aliás, confirmada pela tese social acerca da tendência monogâmica da mulher, naturalmente mais fiel do que o homem, e pelo seu reconhecimento no direito civil.


(...)
Cessando o obscuro silêncio da paixão, e também a linguagem alegórica do sentimento, para reinar a eloquência directa das emoções, a mulher realiza na intimidade conjugal uma liberdade ideada, aquela liberdade de que a sociedade a privara, enquanto solteira, visto que a expressão das emoções, se em certos limites é proibida ao sexo masculino, em muito maior escala o é ao sexo feminino.

(...)
À medida que as mulheres vão adquirindo maiores habilitações escolares e, consequentemente, ascendendo na escala social, maior consciência adquirem da superioridade do sexo feminino sobre o sexo masculino. Não observam os homens este sinal precursor da sociedade futura que lhes deveria ser mostrado pelos romancistas. É evidente, porém, e já vai tomando um aspecto clamante e alarmante na vida social, o desencanto do amor entre cônjuges que se encontram habilitados a mutuamente julgarem os valores intelectuais e espirituais.

A inteligência da mulher, exercitada por uma cultura masculina e masculinizante, desenvolve-se em detrimento daquela intenção preservativa da beleza e da bondade. A mulher muito inteligente vai-se tornando ou feia ou má. O homem, demitido da sua função de chefe de família ou de cabeça-de-casal – pois nunca devemos esquecer que chefe significa aquele que pensa -, sofre, na vida doméstica, ou nas relações mundanas, uma humilhação terrível de que há-de compensar-se humilhando os seus inferiores e, mais ainda, os seus semelhantes.

(...)
A mulher que não goza da felicidade conjugal também não pode deixar de dar sinais visíveis e audíveis da sua infelicidade. Rara é a mulher que, no seu comportamento rigorosamente honesto, não deixe escapar uma frase denunciante de juízo depreciativo acerca do marido, frase que profere em termos de indulgência tão pouco oportunos que logo provoca o ridículo. Tal juízo, que não passa desatendido dos ouvidos atentos, é suficiente para revelar os gostos e os desgostos da mulher.

A Mulher é Rara

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , , | Posted on 11:44

 A VERDADEIRA MULHER

A Mulher é Rara”, de Louis Pauwels 
- jornalista e escritor francês -


"A verdadeira mulher, aquela que vem a nós do fundo das eras, a mulher que nos foi dada, per­tence inteiramente a um universo estranho ao homem. Ela cintila no outro lado da Criação. Ela conhece os segredos das águas, das pedras, das plan­tas e dos animais. Ela fixa o sol e vê claro na noite. Ela possui as chaves da saúde, do descanso, das har­monias da matéria. (…) É ela que se­meia o homem: volta a pari-lo, nele reintroduz a in­fância do mundo. Ela o devolve ao seu trabalho de homem, que é elevar-se o máximo possível acima de si mesmo”.




 O problema é que quase não há mais mulheres. Sus­tento que as mulheres desapareceram, que houve uma catástrofe, que a raça das mulheres foi dispersada e aniquilada sob nossos próprios olhos, que não pu­deram ver. Senhores, a mulher, a descendente do pa­leolítico e do neolítico, nossa fêmea e nossa deusa, o ser que eu chamaria de mulher do homem e que já não sabemos como é, foi perseguida, atingida em seu corpo físico e em seu corpo mental, e devolvida ao nada.
As entranhas da Terra estão plenas de flores­tas tragadas, de restos de espécies animais desapare­cidas, de cinzas de raças humanas e sobre-humanas cuja história, se nos fosse revelada, desafiaria a mais louca imaginação. Nossa verdadeira fêmea, ela tam­bém, misturou-se ao húmus dos abismos subterrâ­neos. Por quê? Ah, senhores, reflitam! Foi ela quem arcou com os custos da imensa, da implacável luta contra as religiões primitivas do Ocidente. Essa luta é toda a história do mundo dito civilizado. Os senhores acreditam que nos lugares onde as legiões romanas nunca conseguiram adaptar sua religião — por exemplo, na Gália ou na Grã-Bretanha —, os sol­dados de Cristo encontraram uma terra inculta e sem deuses? Em inúmeros lugares da velha Europa, nas landes, nas planícies de menires, no fundo do mato e nas margens dos rios onde Pã cantava, sobrevivia a religião nativa oriunda da noite dos tempos, a ver­dadeira religião do homem ocidental. Senhores, es­tou certo de que a Europa viveu, durante milênios, de um elevado pensamento místico, ele mesmo oriun­do de outras eras, consagrado ao Deus Cornudo e à exaltação do princípio feminino. É evidente que essa espiritualidade original foi afogada com violência, no fogo e no sangue, por uma religião estrangeira, vinda do Oriente: o cristianismo. O Deus Cornudo, protetor da antiga humanidade do oeste, foi chama­do de diabo e amaldiçoado.
Os ídolos imemoriais foram derrubados e foi preciso destruir, junto com eles, seu suporte: a mulher-mãe, a mulher-deusa, a mulher-fêmea, a verdadeira mulher.
As pessoas cultas denunciam hoje as atrocida­des do colonialismo recente: os indígenas aniquila­dos, os feiticeiros africanos extintos, as civilizações negras martirizadas. Mas não falam de nossos anti­gos totens, que foram derrubados! De nosso Deus, que foi aviltado e perseguido! De nossas sacerdoti­sas, que foram exterminadas! De nossa mulher, que nos foi subtraída! A velha Europa também foi colo­nizada e desfigurada. Sim, senhores, ouso dizê-lo. Do ponto de vista puramente antropológico em que me situo, a história da Igreja cristã é a história de uma guerra empreendida pelo estrangeiro contra um cul­to nativo muito antigo, muito poderoso, muito pro­fundamente arraigado e de um crime bem-sucedido contra toda a raça humana fêmea. Nós perdemos nossa metade, senhores. Como demonstrarei, ela foi morta.
Não acuso. Talvez esse crime fabuloso fosse necessário. E talvez fosse inevitável. A civilização não seria o que é se a verdadeira mulher ainda existisse. Nós continuaríamos a crer no Paraíso terrestre. O espírito humano não teria tomado novos rumos. Não estaríamos hoje a ponto de atingir as longínquas galáxias, não teríamos aberto as portas do universo, pe­las quais já penetra o chamado do Deus último, no qual se fundirão todos os nossos deuses, no qual o espírito do globo se reabsorverá um dia, tendo cum­prido sua missão. Mas examinemos esse crime. Ex­termínio físico em fogueiras: evocarei as centenas de milhares de verdadeiras mulheres, chamadas de bru­xas e queimadas como tais, e os outros milhões de mulheres vencidas e transformadas pelo medo. Eu os remeto ao Michelet visionário de La Sorcière, li­vro admirável e incompreendido. Extermínio pela propaganda, arma mais certeira do que todas as ou­tras, como já sabemos, e mais eficaz na época do que a polé e os borzeguins. Guerra revolucionária em­preendida pela Cavalaria contra a mulher verdadei­ra, a favor de um novo ídolo. E, enfim, num plano mais amplo, mais misterioso e concomitante, muta­ção decadente da espécie. De tal forma que, pouco a pouco, o ser fêmeo autêntico foi substituído por um ser diferente.
Senhores, o ser que chamamos de mulher não é a mulher. É uma degenerescência, uma cópia. A essência não está aí, o princípio não está aí, nossa alegria e nossa salvação não estão aí.
(…)
Chamamos de mulheres seres que dela não têm senão a aparência, tomamos em nossos braços imitações de uma espécie inteiramente ou quase destruída.
A mulher é rara, disse Giraudoux. Ao despo­sarem uma medíocre falsificação dos homens, um pouco mais artificiosa, um pouco mais maleável, a maioria dos homens desposa a si mesma. É a si mes­mos que eles vêem passar pela rua, com um pouco mais de colo, um pouco mais de quadris, o todo envolvido em seda; é a si mesmos que eles perseguem, abraçam, desposam. Afinal, é menos frio do que des­posar um espelho. A mulher é rara, ela transpõe as enchentes, derruba os tronos, ela detém os anos. Sua pele é o mármore. Quando há uma, ela é o impasse do mundo… Para onde vão os rios, as nuvens, os pássaros isolados? Se lançar na Mulher… Mas ela é rara… Deve-se evitá-la quando a vemos, porque se ela ama, se ela detesta, ela é implacável. Sua compaixão é implacável… Mas ela é rara.

(...)

A verdadeira mulher, aquela que vem a nós do fundo das eras, a mulher que nos foi dada, per­tence inteiramente a um universo estranho ao homem. Ela cintila no outro lado da Criação. Ela conhece os segredos das águas, das pedras, das plan­tas e dos animais. Ela fixa o sol e vê claro na noite. Ela possui as chaves da saúde, do descanso, das har­monias da matéria. É a feiticeira branca entrevista por Michelet, a fada de largos flancos úmidos e olhos transparentes, que espera pelo homem para reconstituir o paraíso terrestre. Se ela se der a ele, será num movimento de pânico sagrado, abrindo pa­ra ele, na quente obscuridade de seu ventre, a por­ta para o outro mundo. Ela é a fonte de virtude: o desejo que ela inspira consome a excitação. Mer­gulhar nela devolve a castidade. Ela é estéril, pois detém a roda do tempo. Ou, melhor, é ela que se­meia o homem: volta a pari-lo, nele reintroduz a in­fância do mundo. Ela o devolve ao seu trabalho de homem, que é elevar-se o máximo possível acima de si mesmo. Dizem super-homem, não dizem supermulher, porque a mulher, a verdadeira, é aquela que faz o homem mais do que ele é. A ela, basta-lhe existir para ser, plenamente. O homem deve passar por ela para passar ao Ser, a menos que escolha outras asceses, onde ainda voltará a encontrá-la, sob formas simbólicas.
Senhores, descobrir a verdadeira mulher é uma graça. Não ficar assustado, outra. Unir-se a ela re­quer a benevolência de Deus… Que estranho encon­tro! Ela aparece bruscamente no rebanho das falsas mulheres, e o homem favorecido que a vê se põe a tremer de desejo e de temor.

    “Tudo vai mudar, chega de jogar:
    Vejo teus seios desabrocharem
    E às vezes teu ventre fremir
    Como um sol quente que se ergue,
    Tu me aquietas e eu me admiro
    Com esses poderes que deténs…


O texto acima é uma Conferência Imaginária, entitulada “A Mulher é Rara”, de Louis Pauwels - jornalista e escritor francês que juntamente com Jacques Bergier escreveu “Les Matin des magiciens” (1960).

via

Da LIBERDADE e os LIMITES

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , | Posted on 11:30

TODO AQUELE QUE NÃO DEIXA O QUE TEM, NÃO PODE SER MEU DISCÍPULO.


ou seja, tudo aquilo que tem, implica também as suas possessões pessoais, os seus vícios públicos e secretos, até as próprias dores. não se trata apenas deixar a família, amigos; bens materiais.

ou seja, deixar os traumas, a própria memória do passado, as circunstancias que agradavam e desagradavam.
Deus, pede uma autentica renuncia a quase todos os níveis, para que possa se encontrar com ele na mais intima profundeza de nós mesmos. num lugar onde apenas acontece a consciência daquilo que somos feitos. que não pode ser dito por palavras, apenas pode ser sentido.

alguém profundamente afundado no prazer ou na dor, não pode deixar isso que o apega. uma pessoa que tenha verdadeira obsessão e viva obcecada por liberdade e viver o prazer sem qualquer visão do outro, a não ser dela mesma, não pode se entregar ao fluxo real da sua verdadeira existência, porque ela está prisioneira do primeiro estágio, que é o apego à liberdade. então, não se permite a entregar, porque ela é a primeira a impor o preço da sua liberdade, ao qual os outros terão de sujeitar-se para que essa liberdade que deseja possa ser concretizada!! ela faz o caminho para que essa liberdade ocorra, para ela mesma. a pessoa, no oculto de si mesma, vive terrificada por perder essa liberdade. essa liberdade, implica por vezes ser atingida por meios materiais, para lhe dar a sensação de que é livre, outras vezes por uma boa retórica. mas tudo é uma ilusão, a pontos de auto-enganar em comportamentos de filantropia, que tem apenas o propósito de auto-convencer que é livre.
as vezes, testa-se essa liberdade doando algo precioso, que lhe foi difícil de alcançar, para alguém mais rico, mais poderoso... falo em termos materiais e popularidade social. é que essa coisa do pobre, uma pessoa justifica-se pelo acto de piedade e impossibilidade de o outro não ter, e saber que será difícil que venha a obter. portanto, essa doação como reflexo de que sou livre e portanto desapegado, é apenas uma auto-indulgencia que se pratica para denunciar que a liberdade não é algo natural, mas antes auto-imposta e exigida aos outros, e com isso recria-se um cenário para que se auto-realize a farsa da liberdade.
é que entregar tudo o que tem, implica entregar também a própria liberdade, essa liberdade que exigimos que os outros nos dêem... porque é sempre o outro que vai ser o disturbio para a perca da liberdade, porque a pessoa nunca se põem a si mesma que seja ela que vai desencadear a perca da liberdade.

uma cela com 3 por 3 metros pode albergar uma cama, uma mesa com cadeira e uma janela, e nela viver uma pessoa que pode, sim pode, sentir a maior e total liberdade interior... não é a cela que condiciona a liberdade, é a própria alma que a condiciona. a liberdade é algo que está no interior de cada pessoa... os limites impostos à liberdade do ser no seu aspecto externo é uma outra forma, porque uma pessoa que possa ter tudo ao nível da matéria, não quer dizer que seja livre ou tenha o verdadeiro sentimento da liberdade, já que esta está dependente das circunstancias e dos meios que tem... e esta é a cruel ilusão que poucos tem consciência. o mundo da matéria, ou seja, o profano, o terreno é um lugar fértil para fabricar e vender ilusões.

quando se afirma que, quando alguém lhe impõem limites que lhe limita a liberdade, então essa pessoa não é verdadeiramente livre... já que denota um medo profundo de algo, ou, de alguém lhe vir impedir o sentimento de ser livre... isto quer dizer que a sua liberdade está dependente de ninguém vir desafiar-lhe a própria liberdade!!!



Nota importante, não sei o nome de quem escreveu este texto. Onde retirei, esqueci. Esqueci completamente. O texto tem autoria. Portanto, quem ler, e souber onde já o leu, fazia  o favor de deixar o link na caixa dos comentários, para a página do autor ou autora... Provavelmente é uma autora.

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