Inside off

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , | Posted on 17:46



- NÃO SEI MAIS O QUE O OUTRO LADO ESTÁ FAZENDO. Parece uma pizza torta com problemas de se endireitar. Não sei se as pizzas pensam; sei sim que, eu penso muito nas massas, e acima de tudo no tipo de farinha.

NãoSouEuéaOutra in  '' queda para observar a farinha ''

Sou Lilith - Joumana Haddad

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , , , , , , , , , , , , | Posted on 07:09


O REGRESSO DE LILITH 
(excertos)
Joumana Haddad

Eu sou Lilith, a deusa das duas noites, que regressa do exílio. Sou Lilith, a mulher-destino. Nenhum macho pode escapar à minha sorte, e nenhum macho lhe quererá escapar.

Eu sou as duas luas Lilith. A negra é complementada pela branca, pois a minha pureza é a centelha do deboche e minha abstinência, o princípio do possível. Eu sou a mulher-paraíso, que caiu do paraíso, sou a arrasa-paraísos.

Sou a virgem, rosto invisível da devassa, a mãe-amante e a mulher-homem. A noite porque eu sou o dia, o lado direito porque sou o lado esquerdo, e o Sul porque sou o Norte.

Eu sou Lilith dos seios brancos. Irresistível é o meu encanto, pois os meus cabelos são negros e longos e de mel os meus olhos. Diz a lenda que fui criada a partir da Terra para ser a primeira mulher de Adão, mas não me submeti.

Sou a mulher-festa e os convidados da festa. Feiticeira alada da noite é o meu apelido, e sou deusa da tentação e desejo. Chamaram-me patrona do prazer gratuito e da masturbação, liberta da condição de mãe para ser o destino imortal.

Eu sou Lilith, que retorna da masmorra do esquecimento branco, leoa do senhor e deusa das duas noites. Recolho na minha taça o que não pode ser recolhido, e bebo-o pois sou a sacerdotisa e o templo. Esgoto todas as intoxicações para que não acreditem que eu posso beber. Faço amor comigo mesma e e reproduzo-me para criar um povo da minha linhhagem, depois mato os meus amantes para dar espaço àqueles que ainda não me conheceram.

Regresso do calabouço do esquecimento branco para quem ainda me não conhece, volto para marcar lugar e para que não creiam que eu posso beber, da brancura do esquecimento para enraizar a vida e para que o número cresça, para matar os meus amantes eu regresso.

Eu sou Lilith, a mulher-floresta. Não vivi uma espera desejável, mas sofri os leões e as espécies puras de monstros. Fecundo todas as minhas costas para construir a história. Agrego as vozes nas minhas entranhas para que o número de escravos esteja completo. Como o meu próprio corpo para que me não tratem como faminta e bebo a minha água para nunca sofrer a sede. As minhas tranças são longas no inverno, e as minhas malas não têm tecto. Nada me satisfaz, nem me sacia, e eis que regresso para ser a rainha dos perdidos no mundo.

Sou a guardiã do bem e do encontro dos opostos. Os beijos no meu corpo são as feridas de quem tentou. Da flauta das duas coxas sobe o meu canto, e do meu canto a maldição espalha-se em água sobre a terra.


Sou Lilith, a leoa sedutora. Mão de cada servidor, janela de cada virgem. Anjo da queda e consciência do sono leve. Filha de Dalila, Maria Madalena e das sete fadas. Nenhum antídoto para a minha condenação. Da minha luxúria, erguem-se as montanhas e abrem-se os rios. Venho de novo para furar com as minhas ondas o véu do pudor, e para limpar as feridas da falta com o perfume do deboche.


Da flauta das duas coxas sobe o meu canto

E da minha luxúria abrem-se os rios.

Como não poderia haver uma maré

de cada vez que entre os meus verticais lábios brilha um sorriso?


Porque eu sou a primeiro e a última

A cortesã virgem

O medo cobiçado

A adorada desprezada

E a velada desnuda

Porque eu sou a maldição do que precede,

O pecado desaparecido dos desertos quando abandonei Adão.

Ele andou aqui e ali, quebrou a sua perfeição.

Desci-o à terra e acendi para ele a flor da figueira.


Eu sou Lilith, o segredo dos dedos que insistem. Quebro caminhos divulgo sonhos rebento as cidades do macho com o meu dilúvio. Não reuno dois de cada espécie na minha arca Em vez disso, volto a eles, para que o sexo se purifique de toda a pureza.

Eu, versículo da maçã, os livros escreveram-me, ainda que não me tenham lido. Prazer desenfreado esposa rebelde o cumprimento da luxúria que leva à ruína total. Na loucura se entreabre a minha camisa. Os que me escutam merecem morrer, e aqueles que me não escutam morrerão de despeito.

Eu não sou nem a rebelde nem a égua fácil.

Antes o desvanecer do pesar último.

Eu Lilith o anjo devasso. Primeira fuga de Adão e corrompidora de Satanás. O imaginário do sexo reprimido e o seu mais alto grito. Tímida pois sou a ninfa do vulcão, ciumenta pela doce obsessão do vício. O primeiro paraíso não pôde suportar-me. E caçaram-me para que eu semeie a discórdia na terra, para que governe nos leitos os assuntos dos meus sujeitos.

Sorte dos conhecedores e deusa das duas noites. União do sono e do despertar. Eu, o feto-poetisa, ao perder-me ganhei a vida. Regresso do meu exílio para ser a esposa dos sete dias e as cinzas do amanhã.

Eu sou a leoa sedutora e volto para cobrir as submissas de vergonha e para reinar sobre a terra. Venho para curar a costela de Adão e liberar cada homem da sua Eva.

Sou Lilith

Regresso do meu exílio

Para herdar a morte da mãe a que dei vida.

Joumana Haddad

(Traduzido do francês por Mariana Inverno)

Fuck You, Too, Not God

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , , , , | Posted on 05:14

Fotograma via '' Vem Cá Luísa ''

- Porque é que aqueles que mais amamos, são aqueles que mais nos magoam?
- Exactamente por isso mesmo!
- Não compreendo?
- Porque amas. Caso contrário, nada sentirias.

NãoSouEuéaOutra in '' Mazelas do Falso Amor ''

Queria, querendo-me

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , , , | Posted on 06:07

Queria enroscar-me. Inteira e livre em ti. Enroscar-me serena e selvagem. Queria-te toda em mim, sendo acrobata e contorcionista em todos os tendões, músculos, ligamentos, veias... ossos. Inteira em mim, possuindo-me totalmente. Queria-me Serpente! Sou serpente. Meu nome. Serpente. Amo-te mais que ontem. Sem Medo, meu amor! 

NãoSouEuéaOutra in « No Caminho da Serpente, Saturno cantando »

Rápidas e Frescas

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , , , , | Posted on 05:29



- Não sei porque pensas assim? Cruzes!! - digo-o para os meus singelos botões. -
- Sim, amei-te mal e por isso nem sabes quantos calos nasceram na base do pé. Minha espinha dorsal dobra-se tanto, que... bem!! sim, consigo roer os calos. Infelizmente com esta total acrobacia não consigo roer a falta de jeito para te amar.


NãoSouEuéaOutra in « Feitas de Cabeça Branca »

Sexo Próprio

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , | Posted on 22:59


''Tenho INVEJA das GATAS, em causa está a sua grande elasticidade corporal para poderem LAMBER as suas VAGINAS...''


- quem tem gatos/felinos poderá observar o envolvimento deles com eles próprios. -

Camille Claudel forçada à loucura

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in | Posted on 19:36




(...) a visão da superfície, é apenas ácido atirado aos olhos, para não se ver o fundo. no fundo reside a verdadeira intenção do jogo de cada um. há quem tem acesso, e pela má intenção, conspurca a possibilidade de alguém poder voar. quem gosta de ser chamado de ganancioso? para um ganancioso sobreviver e vencer é preciso matar aquelas asas. e por isso morre alguém ingratamente, porque dois não podem voar! isto, que aqui acabei de escrever, está escrito na lápide de pedra do velho mundo castrador , ditado por homens e suas leis e moralidades. (...)


« há pessoas (rodin) com capacidade de arrancar das entranhas (camille) o poder da alma e entregar o corpo ao desbarato. alma vampirizada, ainda que extasiada de amor, que por certo teve um fio condutor que soube ser utilizado de forma invertida ( por rodin), apaga qualquer pessoa (camille) por mais inteligente e genial que seja. o que de facto incomodava nessa jovem mulher? o ferver de um génio oculto, ou o facto de ser Mulher, tendo em conta a época!?? é preciso avançar mais sobre esse paradigma chamado Camille Claudel, para lá da suposta loucura. »

« deve-se ultrapassar a pessoa de rodin, e perceber a intenção certeira do seu desejo e, a capacidade de destruição com algum egoísmo! nele habitava um génio de ganancia, também! não teria rodin, querido toda a projecção sobre ele? a obra toda para ele? paul, irmão daquela, camille, não teria também um papel excessivamente rudimentar, como pessoa básica/humana? um génio feminino, no seio de uma época essencialmente conservadora, dominada pelo patriarcal... seria normal (?), uma mulher, exigir o amor, ser uma força no panorama social através da sua obra e só por si mesma? vale apena pensar, antes de dizer que: enlouqueceu por amor, camille claudel!! »

NãoSouEuéaOutra in «divagações perante mulheres que poderiam ser mais que os homens que ''as amaram'' e elas amaram, e, que lhes roubaram o sopro...»

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