Diz-me com quem andas...

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , | Posted on 07:40

Abriu a caça aos padres

por FERREIRA FERNANDES

- Hoje, 30 de Março de 2010 -

Há razões para escândalo internacional com a pedofilia na Igreja Católica. Há casos que foram provados e a sua hierarquia, para evitar a vergonha, não denunciou padres culpados, mesmo pondo em perigo outras crianças com essa omissão. Tudo isso é verdade, mas só é verdade inteira se acrescentarmos: houve casos em que assim foi. Casos. Dir-me-ão: mas não é claro que ninguém generaliza à Igreja Católica os abusos sexuais a menores? Não, não é claro. Jeff Anderson, o advogado americano especializado em processos à Igreja Católica por abusos de menores, considera que esse problema, a pedofilia, é "verdadeiramente endémico na cultura clerical [católica]" (Le Monde, ontem). Endemia: doença que grassa num povo ou numa região, e que depende de causas meramente locais. Na minha vida, dei com alguns padres repugnantes (e jornalistas também, mas estes não vêm ao caso). Ora, essa tal doença endémica nos padres, escapou-me, a mim, ateu desde sempre. Mas o que não me escapa agora é a caça ao padre. Já começou, e vai continuar. Vai, vai. É uma fé que tenho: acredito na má-fé dos imbecis. Imbecis, porquê? Quem em nome de uma causa (combater a pedofilia) atira a torto e a direito, serve aqueles que combate porque banaliza os pulhas e até acaba por os ocultar. Imbecis, portanto.

in diário de notícias



AH! Pois… é tudo verdade, os imbecis e os outros e o atirar a torto e a direito… mas a mim o que me importa é que eles diziam, aqueles doentes (“a pedofilia, é "verdadeiramente endémico na cultura clerical [católica]"), que as Bruxas “comiam” criancinhas… e casavam com o diabo...

Sim, as Bruxas é que pagavam as favas e isso durou muitos séculos e matou muitas mulheres simples e belas, muitas mulheres que simplesmente curavam com ervas e ajudavam as outras mulheres nas dores do parto e outras dores e males que o fanatismo e o obscurantismo católico disseminaram por todo o mundo…e agora são as crianças?

Não, não tenho a menor simpatia pelos padres, e muito menos ainda por este Papa, porque a cultura clerical só pode mesmo criar doentes endémicos.

O ódio milenar à mulher e o medo do sexo só pode tornar-se perversão mesmo!

demónios vivos e mortos... quem sabe quem são?

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , , , | Posted on 08:33



(...) Estou mortinha para comer você! Devorar cada célula do corpo que te concebe e forma. Não quero que reste nada do que você é. Nada mesmo. Nenhum fio de cabelo pode existir. Não te suporto, seja na esquina, na piscina, no jardim, na discoteca, na ‘’vernissage’’, na escola, no banco de namoro, em casa. Quero que você suma da minha vida, e por isso vou comer você todinha. Não me interessa o seu género. Não me interessa se é gorda ou magra, bonita ou feia, alta ou baixa, jovem ou adulta, até idosa; se é homem ou mulher e, até pode ser macaco. Pode querer que não estou minimamente interessada. Quero apenas que você se vá tal como apareceu e que, nem sei mais quando, à minha janela veio e entrou e foi se sentando em toda a poltrona. Ocupou a cozinha, os quartos, as casas de banho e tudo o mais. Você apenas invadiu tudo. Rasgou meus melhores vestidos, minhas jubilosas saquetas de maquilhagem. Rasgou meus sapatos, envelheceu o que amava. Você estragou o melhor e pouco se importou se havia uma vida para ser vivida. Você, você não é boa. Você é o demónio que encontrou a janela perfeita para entrar.
Há quanto tempo me conhece? Quanto tempo?? Tem vergonha de dizer, mas não tem vergonha de brincar e fazer o que quer e como entende?! Entenda, preciso de comê-la; primeiro preciso de estrangulá-la, para depois poder comer tudo sem a sua voz, as suas mãos e a sua respiração. Você não pode mais ter vida própria! Ouviu? Deixe-se de mostrar escondida e agarrar pelos dedos dos pés e virar para baixo as coisas. Só posso chamar as coisas, porque são tantas as coisas. Você gosta do cansaço, não é? Gosta de fazer o que faz? Pode ao menos nessa sua demência, porque não sei como hei-de rotulá-la ou até etiquetar, qual é a sua pretensão? Você beira a grosseria, é que nem tem estilo, logo não posso respeitar a sua condição que é abjecta. Que consideração você tem? Nenhuma. O seu estado é completamente zero. Teimou que haveria de me enterrar na desgraça! Por isso, você vai ter que entender, que preciso de saber quem você é?! Que intenções a fazem agir desse modo. Você sabe ao que me refiro e porque refiro. Se você é pura energia, então você sabe exactamente neste momento o que lhe estou perguntando?
Se lhe habita alguma superioridade, revele-se condignamente em toda a sua natureza abjecta. Revele-se! Não venha com discursos de que tem um objectivo hermético!! Que é segredo!!! Estou cansada do seu negócio... e por isso estou mortinha para a comer. Todinha!!... (...)

NãoSouEuéaOutra in ''Demónios vivos e mortos. Quem sabe quem são?''

Um Perfil, Assassina De Escritores

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , , | Posted on 07:18


Alessandro de Souza

in

´´Um Perfil, Assassina De Escritores´´



- Olá, tudo bem?
- Tudo... Você quer falar com quem?
- Com você mesmo...
- Com você mesmo, quem?...
- Você não é o escritor?...
- Quem está falando?
- Você não conhece... Fui eu que te escrevi muitas vezes... Sou a Shika...


- Shika!... Como descobriu meu telefone?
- Rastreei você até encontrar... Sou fascinada por você... Pelo que escreve... Já viu que escrevo também?
- Li alguma coisa...
- Nem precisa comentar... Sei que escrevo mal.
- (...?)
- Tenho uma fantasia por pessoas estranhas como você.
- Estranhas, como?
- Ah, cara! Você sabe de que estou falando. Você mesmo diz que é estranho... Sabe que já li quase tudo que você escreveu na Internet?... Você é mesmo estranho. Eu adoro... Curto de montão...


- Você esta falando de onde?
- Você não gosta que saibam de você, mas gosta de saber dos outros, não? (Risos)
- Principalmente quem liga p'ra minha casa sabendo mais do que deveria saber sobre mim.
- Não sei tanto de você como gostaria... Só o suficiente p'ra ser fascinada por você... Sua voz é bonita... Leio seu texto sobre a sua idade, e fico fazendo as contas p'ra descobrir quantos anos tem. Pela voz da p'ra saber que não me enganei... Foi p'ra mim que escreveu aquele texto sobre o amor?...
- Não escrevi nada p'ra ninguém da Internet...
- Você fala exatamente como eu sou... Conhece meu coração, ou melhor, minha alma como a palma da sua mão. Sabe que eu procuro os homens nas ruas e fico com eles, pensando que é você?... Sabe que sou eu quem não vejo os rostos dos homens com quem fico? Sabe que foi você que eu vi quando disse aquilo do final do conto? Cara, você é, tipo assim, um Jesus p'ra mim...


- Você acha que e' “A Mulher dos Homens Sem Rosto?
- Acho não. Tenho certeza... Você investigou minha vida e escreveu...
- Desculpe, mas esta delirando... Não tive nenhuma pessoa em mente quando escrevi. Foi tudo fruto da minha imaginação... Uma dessas inspirações sem modelos...
- E dai?
- Dai, o que?
- Gosto quando você fala assim de mim... Fala mais, vai!...
- Desculpe moça, tenho que desligar. Estou muito atarefado hoje...
- Duvido que você queira desligar, cara. Eu sou o centro da sua vida. Você pensou em mim o tempo todo. Você me ama mais do que a si mesmo. Sei que se eu disser que vou desligar, vai implorar p'ra que eu não o faça. Nos nascemos um para o outro, cara. Você não vive sem mim...
- (...)
- Não vai desligar?... Desliga!... Se desligar, vou sumir da sua vida p'ra sempre, tá sabendo?...




- Desculpe, mas você não e' uma pessoa normal...
- E você pensa por acaso que é normal?... Você vive escrevendo que é estranho... Você sabe disso mais do que ninguém, cara!... Estou certa, ou não? Sei ou não sei tudo sobre você?... Sou ou não sou analista de escritor?... Não vai desligar?...
- Não vou porque preciso saber quem é você...
- Você acha que ofereço perigo?... Acha que sou uma assassina que mata escritores em serie?... Sua imaginação é muito fértil, cara!... Você vive os personagens que cria, como naquele filme sobre o escritor.
- Você é quem esta vivendo isso... Desculpe, moça, mas confesso que estou muito surpreso com tudo que esta acontecendo. Ou você e' muito louca, ou esta brincando. De qualquer forma, é uma pessoa inteligente, e a brincadeira e' muito bem pensada...
- Que mais... Adoro quando fala de mim. Mesmo que seja um absurdo... Vejo o quanto é inteligente, e tem a mente rápida e fértil...
- Mas a sua é assim também...
- Quando vai escrever mais a meu respeito?
- Hoje mesmo. Vou escrever essa conversa louca e publicar na Internet como faço com todos meus textos.
- Oba, que legal!... Vai mesmo, cara?... Vou te ligar outras vezes então... Passe bem, meu criador... Você é meu deus, sabia?...

(Risos. Desligou).



Mais um dos ''escritos'' de Alessandro. Sempre teve talento com as palavras... Se passar por aqui, Alessandro, ''daqui vai um olá e sim, fui lá no sitio buscar pela janela viva do espaço, aqui os seus textos... se acha que abusei, avisa!!! ''


Sobre deus

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in | Posted on 11:57

-''Cruzes! Cruzes!! Cruzes!!! Não abra essa boca.''
- ''Porquê?''
- ''deus, deus é Quadrado!''

O Sonhador Se Foi...

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , , | Posted on 08:15



O Sonhador Se Foi

Novembro de 2005

O tempo passou, correndo como o vento, depois daquela última ida do Sonhador. Depois da última descoberta do Poeta. Depois das últimas saudades, das últimas vontades, das últimas verdades. E foi numa noite sem estrelas, sem chuva, sem vento, sem dores nem amores que o mundo caiu... ou melhor, foi aí que nossos amigos caíram no mundo e pediram as contas.


Foi numa noite, depois que o tempo passou. Depois que o tempo correu numa ira desenfreada para que tudo caísse num esquecimento sem rancores. Ou lembranças. E, de tanto correr, o tempo tropeçou. Tropeçou numa dobra e caiu numa dimensão onde ele não existia, onde ele pôde ler os pensamentos de dois seres que já não eram mais nada um para o outro. Metades de um espelho quebrado, palavras num rascunho, sonhos frustrados. Ele olhou, leu. E viu.


Viu o Sonhador correndo numa estrada de neblina, sem refúgio, sem pátria, sem sentido. Sozinho. Fugindo. "Saiam daqui!", ele dizia, ele gritava desesperadamente. "Mentira!" ele respondia, aos berros, a uma tortura mental. Ele chorava. Tinha os olhos vermelhos de quem já não vê há muito tempo. Tinha a mente confusa, pois havia brigado com os sonhos. Tinha o coração desiludido, pois já não conseguia entendê-lo. Nada de paz de espírito, nenhuma idéia completa ou perfeita. Perdido no esquecimento, no tempo, no mundo. Ele corria, vindo do nada, seguindo sem rumo. Provavelmente não chegaria a lugar algum.


Do outro lado daquele plano sem sentido, o Poeta abria os olhos. Havia ouvido os sinos da verdade despertarem seus devaneios antes perdidos no mundo de sombras. Pôs em dia suas últimas vontades, e se deu conta de que a chuva havia passado há muito. Seu coração suspirava baixinho, pedia a liberdade de criação. Sua vida acordava daquele sono forçado, ele se lembrava dos fatos passados... e lembrou. Lembrou, mas não viu nem sinal de sua lembrança. Procurou por todos os lados. Lá fora, viu o mundo belo de raios dourados do sol. Lá dentro, achou idéias em desenvolvimento. Em nenhuma delas viu o rastro brilhante do Sonhador, seu sorriso despreocupado, suas vontades sem limites. Mas... ele foi porque quis, não é mesmo? E quem se importa com um maluco que quer o mundo e saiu para conquistá-lo?


No meio da estrada nebulosa, o Sonhador virou para trás, como se sentisse que alguém o chamava. Baixinho e longe, muito longe. Nisso de virar, tropeçou e caiu. Como o Tempo. Só que ele caiu num chão duro e novo. Numa dimensão onde a noite era um teto de pontos luminosos, escondidos atrás de nuvens cheias de novidades. Onde o ar era quente, ainda que o vento gelado e vigoroso. Agora, a vida era outra. Haviam ponteiros, ampulhetas que viravam e eram desviradas, um passado de fatos eternamente mortos, um futuro de idéias prematuras, um presente generoso para criar tudo isso. Fantástico, o mundo daqui. Fascinante, a verdade real. Deixa de saudade, adeus às ilusões. Ei, me deixa ver como viver é bom... afinal... não é a vida como está, e sim as coisas como são...


Sei, sei... muitas verdades. Você continua ditando seus sentimentos como leis a serem seguidas. Pense bem, pense melhor, pense em tudo: Tem certeza de que isso não importa? De que isso não foi nada para você? Ora, vamos... não seja ingrato. Ora, consciência, não me desafie. Como isso tudo (ou nada) poderia ter sido alguma coisa, qualquer coisa? Não minta, não console. olhe para a pilha de versos sem plenitude ou sentido que moram no meu quarto. Compare-os com minha mente agora tão sensata e cheia de si. Deixe-me em paz! Nada de conflitos psicológicos do infinito que já passou. Sombrio, basta-me o coração. E não me venha com teorias... o Sonhador é como os sonhos que faz e não realiza. Dele, nada há senão vazio sem razão.



Seu coração jamais pertenceu a mim. A idéia do que era verdadeiro perdeu-se na ilusão. Eu não acredito nele. Eu não acredito em sonhos alienados, eu não quero poetas frustrados. Da ponte entre o nada e o ilusório, caí no real. E não senti dor.



Deixe-me só. Irei entre o visível e o invisível, nem que isso me custe o medo de cair no nada, num futuro perpétuo. Poderei olhar-me no espelho...

E assim verei-me por dentro, na plenitude do meu eu.
Verei o nada que me resta. O nada que não há.

Não haverá versos.

Nada de sonhos.

Quero ir. Deixe-me ir.



- Desde o inicio que este texto foi escrito pelo Alessandro, sempre gostei imenso dele. Sempre coloco ele, sempre que a ocasião assim predestina. Sei que já o repeti em outros sítios... mas quem gosta não se cansa. Não é mesmo? -

As fotografias e ilustrações estão no blog do próprio autor inseridas no texto que escreveu.

Silêncio

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in | Posted on 07:08



Corre Silêncio, corre corre... Silêncio, SILÊNCIO!!!

- ''já a correr, chama-se silêncio!!''





Máximas dele para ela…

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , | Posted on 10:10

Máximas dele para ela…

- Olha… Quando quiseres um homem ‘’normal’’ e… Como é que é mesmo? ‘’Calmo, ponderado e sensível!’’… Então vai ao cemitério!! Que lá há muitos assim!!

NãoSouEuéoOutro in ''Sarcasmos''

Arranha-me Com Riscas

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , , , , , | Posted on 03:40


Desceu a rua. Maria. Era noite. O mistério encontrou-a. Não era uma Maria como qualquer uma, não senhora. Tinha saltos altos. O bico do salto tinha palavras e todo o corpo se listrou. Naquele momento em que lhe pousou os olhos, Maria perdeu o tino. A boca começou a torcer, a língua queria fazer poemas sem nexo e o sexo aos saltos queria dançar nos saltos altos. Ali despiu-se num arrepio e, ficou dentro dos minutos numa nudez suada… as costas se colavam à parede, os saltos altos se aferravam à terra. A Lua, até perdeu o juízo e como um felino, pela madrugada, começou a miar. Nessa madrugada, em Maria, a poesia nasceu-lhe no sexo, por conta de uns saltos altos e aquela pele colada aquele tecido parede.

O tempo passou sem nexo e o sexo cobriu. A saia curta, a cintura foi encontrar… listradas as suas pernas e sem cueca se pôs a cambalear fogosamente. O arrepio a percorria sem temor. Torneado o seu corpo, respirava a poro e poro o grito de uma poesia beijada pela sexualidade recém descoberta. O mundo passou a ser um quarto, pinchava para esparramar a poesia. Sexo e poesia, poesia e sexo.


NãoSouEuéaOutra in '' há demónios virgens de saias ''

It´s a Flower, Miss Roll

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in | Posted on 03:39

The Soul Of a Man

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , , , , | Posted on 03:11



curtos textos ao acaso, sentenças de um roteiro imaginário


Ninguém me disse que a Alma poderia cantar por si só nas paisagens mais longínquas do coração humano. Ninguém me disse que a solidão não tinha palavras, apenas uma vastidão enorme de algo sem discrição. Ninguém me disse que em vez de poesias, poderia só escrever prosas. Narrativas solitárias, monólogos de garganta silenciosa e mente invadida.
Ninguém me disse, porque ninguém quis e quer dizer. Uma vergonha, uma injúria, um perjúrio, um engano… tudo o mais que engolfa os passos de uma vida. Não existem Ateus, Religiosos; Agnósticos, Gnósticos... o que na realidade existe são seres humanos com um quilo de farinha na cabeça. O retrato do mundo é por vezes caricato, aberrante, estranho, incomodo, inútil, estúpido. Talvez por isso é que para alguns a vida não tem valor nenhum. Apenas se levanta a espingarda e bum, pum!!! Na verdade não é a Vida em si, mas a vida desta terra, a vida do quotidiano tão apartada dos mistérios de deus, da voz de deus. – Não falo desse deus bíblico ou de qualquer outro deus escrito num livro pelos homens, inspirados ou não. –


Há na voz, cruzes de rendas. Tricotadas sob a luz baixa do candeeiro. Rezas de Maria Saia Curta e Lágrima Comprida. Há na voz, vozes muitas. Caladas e trancadas pela razão, pela honra, pela dignidade. As mãos também tem voz, a cada afago acorda o impulso da sensação. Para alguns incomoda, para outros é farta comida. Tudo tem voz, até no silêncio se semeia a semente. Os olhos, mais do que espelhos da alma, são mensageiros de pensamentos. Eles olham, até a mais pequena ruga não conseguem deixar de observar. Os olhos são chamamentos de imagens, mas a Mente, também é um grande olho, quando aqueles fecham. Onde está o real; qual é o mais real??


Há vozes, amasso de pão. Amassados sob as mãos calejadas de uma vida já corrida. Benze-se para afastar demónios. Há quem acredite que o pão esconda os demónios daquele que o amassa. Cada amassada, um demónio se deita na massa. É assim que, aquele que come, engole todos os demónios de quem amassou. Há que acreditar, que a invisibilidade das coisas é mais real do que o pão enquanto matéria concreta aos sentidos imediatos. Para entender melhor, dizem que tudo é energia!! Assim os demónios circulam, nunca morrem, porque alguém os come e os conserva. Até que um dia, alguém os come com Luz. Nesse dia, os demónios vão parir as sombras e se reconciliar. Todos são ‘’pagadores de promessas’’… aqueles que comem o pão!!


NãoSouEuéaOutra in ‘’curtos textos ao acaso, sentenças de um roteiro imaginário ‘’

Fotograma do filme '' The Soul Of a Man de Wim Wenders ''

Experiências Fotográficas

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in | Posted on 01:18

cebolas, colheres
flores,

Nada, nothing, Deus

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , , , | Posted on 10:17


assim como uma tempestade vinda não sei de onde, vomita palavras incoerentes!!!
coração apertado. garganta asfixiada. precisa vomitar... a dor, a dor, a dor!

(...) Tudo isto e nada. Nada tudo isto. Tudo e isto, nada. Nada, e tudo isto. Este mergulho na bruma do avesso. Cheirar a torrado. Carne ao léu. Sexo esmagado no delírio das paixões. Vazio é o caixão. Castanho, dizem ser a cor dele. É Terra. É Morte. Não sei, não sei. O que saber se na demora nem o orgasmo é Deus. Lábios, sangue doce. Mordida do nada. Preciso dizer, isto tudo no avesso da garganta e no mergulho do peito. Cansei!! Cansei à boca do teu nada. Cansei de espreitar pelo fio do teu cabelo e deitar-me nos cílios enrolados dos teus olhos sem cor. Cheira-me a nada, são teus dedos emudecidos dentro dos meus sovacos. São palavrões à brava que te torcem a razão. Grita, grita… oh, oh, oh… entranhas selvagens da terra, não me mordas.

Sei lá… sim, parei a meio caminho entre o nada. Chamam vazio ao nada. Acontece nada no vazio. Acontece acordar abruptamente e ser tocado pela saliva de Deus. Vazio, excrementos de Deus Torrado, terra por parir na fímbria dos dias. Tem deidades que desconheço, são por vezes senhoras das tripas. Tem quilómetros. Não sei. Dizem, que me chamo ''o vazio'' e pouco digo alguma coisa. Nada. Morte. Sufoco. Nada e nada. Há entre o juízo e a sem razão um côncavo que diz, ‘’amiúde a loucura é a salvação da vida.’’

Vou a descer as escadas. Parei, parei. Debaixo do varão. Está escuro, tremo. Não sei. Dizem que é Deus espreitando. Espreitando as comportas do meu coração. Alucinando grita, ‘’ sou deus, Deus!!’’. Coração fala sozinho. Ele tem personalidade própria e dele não adianta inventar. Está frio no varão das escadas. Deus grita no cimo das escadas. É o céu que por ali desce. E de repente, os dedos dos pés dizem, ‘’ are you lonesome tonight!! ‘’. Empalideço como a neve. E já não sei onde… onde iam os pés. Deus a descer do céu. Deus a descer. Elvis presley. Anos 60. Não sei. Triste a canção. Vazo os nervos, subo. Não sei. Deus desceu pelas escadas. O céu tomou-me os pés. Tenho asas. Não sei. Tudo isto e nada. Nada tudo isto. Falo, sozinha, a razão está na ponta das unhas. Tem letras nas cutículas. Os óculos na ponta do nariz, são binóculos de longo alcance. É a voz de Deus que ali está.

São nervos duvidosos. Gargantas a gritarem. São coisas por dizer. São faltas. É deus a desfazer o nó. É a tudo. Nada. Amanhã é hoje. Riso no passado cego. Alegoria de cavernas loucas. Homens mortos. Sacanas. Fel sexo, bexiga atormentada. Lar interior desfeito. Corrente de ferro, masmorra de pedra. Dama sem dedos, cheia de medo. Janela pequena, minúscula luz. Vagina pendurada na parede. Padre cego saqueando a vida. O demónio atrás. Anjos chorando, sombra orgânica em leito denunciado. Raiva, tormenta boca. Mulher velha. Cobiça. Deus não existe ali. Pacto sangue, inveja dura. O Bode tentando desenrolar os chifres. O cavaleiro apita. É o sino. É a hora. A hora. Derradeira hora da renuncia. Conquista. Sangue limpo, ases na mesa. Amante inteiro, castrado.

continua...


NãoSouEuéaOutra
in '' Uma Vontade a Explicar...''

Fotografia - Mariah, Olhares



Um delírio... Ouça, Traces of Love por Classic lV

O Vil Monstro, O Amado

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , , , | Posted on 04:57


Escrever sem medo, sem floreado deveria ser uma meta. Porque estilizar a palavra, tal como o fazem com a violência, a guerra?! O Horror tornou-se, agora, uma beleza virtual para os sentidos e que tudo absorvem e entendem como verdade a verdade que lhes é mostrada! É o perigo à espreita, que o olho não descortina de tão embriagado que está com o flash do glamour, a pincelada da luz sobre o horror...

... (...) Ela disse: - Ele, aquele ele, apertou-me o pescoço! Ele era mau, e eu gostava muito dele. A sua violência era linda, o seu olhar era tão mais belo do que o sorriso do Amor. Eu queria ser morta. Eu queria, queria!!!! Queria que ele me matasse, a sua beleza era como Cravos Vermelhos perfumados e eu queria-os sobre o meu túmulo. Seriam a minha vitória. Ele não veio enterrar-me, sinto a falta dele. Matou-me tão bem. Não sei onde estão os Cravos, os Cravos Vermelhos. Será que não fui objecto o suficiente?? (...) ....

Esta é a nova linguagem escondida, a nascer no meio do pântano e a gostar de ser larva.
É complicado. Os novos monstros se tornaram as verdadeiras estrelas, e elas querem ser beijadas mortalmente para deixarem eles para a história. Elas não precisam mais de existir, porque são as novas escravas. As escravas de um mundo morto. Elas gostam disso e por isso dizem com toda a força da subjugação a que se sujeitaram, '' Sê Mau, muito Mau!! Crava-me a carne com o ferro em brasa, como se ferra um Bovino.''


Isto a propósito de quê?... Uma letra de música, cantada por esta Estrela Musical, Lady Gaga. A letra tem por título, ‘’ Bad Romance ‘’. Um ritmo de música que nos emprenha pelos ouvidos e nos faz levantar o pé do chão, embora para o fim, a música torna-se enjoativa, ou perde ‘’propriedades’’ de interesse. A letra, é qualquer coisa deprimente. É esta a Nova Mulher, do Novo Século?? Pensei que isto já fizesse parte da Idade média??!!! Qual é o nome desta nova escravatura??

Veja-se um pedaço, sim um pedaço, pedaçito da letra sobre a Alvorada da Nova Mulher e o que ela sonha sobre o seu Cavaleiro Andante,

'' Eu quero sua repulsão
Eu quero sua doença
Eu quero seu tudo,
Contanto que seja de graça
Eu quero seu amor ''


Abaixo, letra na totalidade e a tradução na caixa dos comentários.









Bad Romance
Lady Gaga

Oh-oh-oh-oh-oooh!
Oh-oh-oooh-oh-oh!
Caught in a bad romance

Oh-oh-oh-oh-oooh!
Oh-oh-oooh-oh-oh!
Caught in a bad romance

Rah-rah-ah-ah-ah!
Roma-roma-ma!
Ga-ga-ooh-la-la!
Want your bad romance

Rah-rah-ah-ah-ah!
Roma-roma-ma!
Ga-ga-ooh-la-la!
Want your bad romance

I want your ugly
I want your disease
I want your everything
As long as it's free
I want your love
(Love-love-love I want your love)

I want your drama
The touch of your hand
I want your leather-studded kiss in the sand
And I want your love
Love-love-love
I want your love
(Love-love-love I want your love)

You know that I want you
And you know that I need you
I want your bad, your bad romance

I want your love and
I want your revenge
You and me could write a bad romance
(Oh-oh-oh-oooh!)
I want your love and
All your love is revenge
You and me could write a bad romance

Oh-oh-oh-oh-oooh!
Oh-oh-oooh-oh-oh!
Caught in a bad romance

Oh-oh-oh-oh-oooh!
Oh-oh-oooh-oh-oh!
Caught in a bad romance

Rah-rah-ah-ah-ah!
Roma-roma-ma!
Ga-ga-ooh-la-la!
Want your bad romance

I want your horror
I want your design
'Cause you're a criminal
As long as your mine
I want your love
Love-love-love
I want your love

I want your psycho
Your vertical stick
Want you in my room
When your baby is sick
I want your love
Love-love-love
I want your love
(Love-love-love I want your love)

You know that I want you
('Cause I'm a freak bitch baby!)
And you know that I need you
I want your bad, your bad romance

I want your love and
I want your revenge
You and me could write a bad romance
(Oh-oh-oh-oh-oooh!)
I want your love and
All your love is revenge
You and me could write a bad romance

Oh-oh-oh-oh-oooh!
Oh-oh-oooh-oh-oh!
Caught in a bad romance

Oh-oh-oh-oh-oooh!
Oh-oh-oooh-oh-oh!
Caught in a bad romance

Rah-rah-ah-ah-ah!
Roma-roma-ma!
Ga-ga-ooh-la-la!
Want your bad romance

Rah-rah-ah-ah-ah!
Roma-roma-ma!
Ga-ga-ooh-la-la!
Want your bad romance

Walk walk fashion baby
Work it
Move that bitch crazy

Walk walk fashion baby
Work it
Move that bitch crazy

Walk walk fashion baby
Work it
Move that bitch crazy

Walk walk passion baby
Work it
I'm a freak bitch baby

I want your love
And I want your revenge
I want your love
I don't wanna be friends

J'veux ton amour
Et je veux ton revenge
J'veux ton amour
I don't wanna be friends
Oh-oh-oh-oh-oooh!
I don't wanna be friends
Caught in a bad romance
I don't wanna be friends
Oh-oh-oh-oh-oooh!
Want your bad romance
Caught in a bad romance
Want your bad romance!

I want your love and
I want your revenge
You and me could write a bad romance
Oh-oh-oh-oh-oooh!
I want your love and
All your love is revenge
You and me could write a bad romance

Oh-oh-oh-oh-oooh!
Want your bad romance
Caught in a bad romance
Want your bad romance

Oh-oh-oh-oh-oooh!
Want your bad romance
Caught in a bad romance

Rah-rah-ah-ah-ah!
Roma-roma-ma!
Ga-ga-ooh-la-la!
Want your bad romance




Ver o vídeo no youtube ''Bad Romance''

http://www.youtube.com/watch?v=qrO4YZeyl0I



Poemas Massivos

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , | Posted on 23:13

Fotografias de Tina Modotti



Poemas Massivos

por NãoSouEuéaOutra


Poetar 1

…guarda-me do Terror
do Terror destes aguçados Dentes
que o Horror não faça Dor
e Doente e fique Demente
que seja Crente no fundo da Mente
para que a Alma seja Sol-Mente
e o Coração uma Água-ardente
que no fim o Rio em mim, seja Furor
e me livre de todo o Terror…

Poetar 2


há um esforço na garganta do meu juízo,
um esforço para compreender, mas mais para ver
há um apelo, gritante e danado às coisas do mundo
triste fim de galinhas tontas
há um grotesco selvagem, saído da vagina
que corta a última inteligência , é que há dias mortos
funerais destapados e imundos de quem não quer a paz
há um apelo à passagem cega do passado, hortas secas
e couves a voar, e que dizem, ‘’ somos anjos, meu amor, mas sai da frente!’’

Poetar 3


às vezes olho a Poesia, e não sinto nada
até fico estranha, tanto desinteresse
e só me enfio com quem me faz sentir
sou uma Amante ingrata, mas grata à Poesia
ninguém duvida, pois ninguém pode duvidar mais do que eu,
é este crivo onde me coloco e me faz penar
que às tantas digo, oh merda de Poesia, porque não acordas?

Poetar 4


Quando me debruço sobre as palavras da tua Alma,
Sinto esta Morte adentro, este soluçar que te vergou
Ou será que te vejo em mim, pedaços de remendos e ‘’remedos’’
Eu, tal como Tu, também duvido que algum dia me visite isso
Tal como tu – tu viveste eu não – sinto o amargo de nunca viver
Tomara que tivesse vivido à exaustão e morresse por isso
Assim Deus teria me extravasado naqueles momentos de segundos
Todos trocaríamos o lugar, é certo e tu, talvez trocarias o teu pelo meu
Apenas porque o teu foi doloroso, e talvez curto e o meu é longo e vivo
Embora por opção pudesse terminar e o teu não, porque era obvio
Somos semelhantes, mas tu eras um Poeta e eu apenas sou nada
A poesia amava-te e eu tento que ela me ame.
Vês a diferença dos nossos esforços, o amor também era e é a nossa meta
Como o desvincular do corpo das atrozes ardências e calamidades…
A vida foi-te intensa, e é também para mim
Escolhemos ruelas vertiginosas, estranhas
Amassamos com gritarias em nome do esforço de sermos inteiros
Carne, sangue, ossos, sexo, coração, mente e sabe lá mais…
Não somos fáceis, somos intransigentes; pulamos muros inadvertidamente
Arrulhamos às rolas e dizemos, ‘’tens água no bico ou é só palha!?’’
Mas, o mais que fazemos é ficar paralisados a olhar os tectos da cidade…
Tu no teu tempo e eu no meu…e sempre duvido desta felicidade
Somos mortais à partida e a velhice é-nos pesada e triste;
Cospem-nos na cara… somos peles nojentas e os jovens aferram-se ao medo
O medo que um dia lhes tocará…
Sabemos que um jovem nunca se lembra de ser velho!!!
Sabes, cheguei à conclusão que há uma raça de irmãos… corre-lhes o mesmo sangue!!
Entendes o que digo, é que se entendes, a raça é a mesma!!


Da Vinheta na Boca

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , | Posted on 21:54


Fotografias de Tina Modotti



Garrafa de Desejos
Crucificado à Garrafa

Autora: NãoSouEuéaOutra

Sou um Homem de Alma vazia,
Fiquei moribundo no fundo daquela garrafa
Sabia bem, enquanto estava cheia, a garrafa
O fundo foi onde me afundei, depois de tanta garrafa cheia
Tinha sonhos loucos, julgava-me um mágico 
E sorria na bebedeira e magicava seduções
Sentia-me seguro, eu era tão ‘’garrafeiro’’
(uma linda profissão, até ficar no fundo)
Chegava a escolher uma hora para me afundar
Sem fundo ainda, e queria ter visões… ler o futuro
Pior, ler as mentes e as intrigas dos homens, outros como eu
Pois julguei conter Deus em mim, e queria-o na garrafa

A garrafa tinha um corpo, um corpo sem dose aos sentidos
Agarrá-la e nem ouvir uma voz e só emborcar
Sim, tornei-me bêbedo diariamente…
Fingia que umas quantas garrafas não faziam de mim um alcoólico
Mas eu precisava de anestesiar-me, ter um prazer para a merda dos meus dias
Para a solidão do meu caminho, julgava-me maior que os outros homens
Não tinha humildade suficiente para descer, eu queria ser Deus
Ter os meus assistentes, entendem?
Uma garrafa era um desejo, solitário e velhaco ao fim ao cabo
Às tantas a garrafa já nem me chamava, já me tinha nas mãos e nos bolsos
Tudo por ela fazia, ninguém ousasse dizer o contrário
Por ela, a garrafa eu mentia ou matava à gritaria
Ela era o meu doce suicídio consentido, embora fosse Deus que quisesse ver no fundo
O Fundo onde fiquei e sem escadas,
E digo e grito continuamente, ‘’não, não sou bêbedo, não sou dependente…’’
Embora o óbvio aconteça, eu me recuso à verdade
E o fígado grita das suas entranhas, ‘’oh bêbado, gostas da cirrose?’’
Mas como sou um Homem, grito para mim mesmo, ‘’sou macho e isto é mentira!!’

Mas hoje, justamente hoje, disse,‘’Onde está outra garrafa?’’;
‘’Será que os supermercados resolveram fazer greve,
Logo justamente hoje que Deus dissera que viria ter comigo!!’’

- poema massivo ou seja por limar as arestas -

Leonardo Coimbra l

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , , | Posted on 17:48

Os Nervos da Criação constroem Universos


Leonardo Coimbra

''Quando, colegial, numa verde cidade provinciana, saia aos domingos a passeio e acontecia atravessar as ruas da cidade, era um rumor de asas, que, dentro em mim, se abriam ao olhar os afastados vultos femininos, recortando a luz das janelas. Eram primaveras de ignorados mundos a lançarem sobre mim misteriosos perfumes, tépidos segredos, orgias inocentes, bacanais castíssimas; e o corpo, em jeitos de alma, evocava castelos à beira-rio, jardins sobre terraços ao crepúsculo, ânforas de água carregando pajens, brancos jasmins esparsos, todo um mundo de brandura, enlevo, afago, devoções, renovados encantos de novas harmonias. A Mulher era o Mistério.''

In A Alegria, a dor e a graça



''A tragédia do homem está na ignorância de si e do Universo em que vive, ou antes convive. A sua vida é uma relação, ou melhor, um sistema de relações com esse Universo. ''

''A vida é como é, e, por mais que se queira fazer do homem um teorema, ele será sempre uma alma, tendo, a vibrar, no fundo do seu ser e em natureza primeira, um clamoroso e invencível apelo de Infinito.''

''Para a frente! A vida só existe crescendo - sem isso é inércia a fingir de vida. ...''

AMOR - '' O Amor Leal amou, falando, a natureza inteira: precisa do afastamento para, no Silêncio, chegar até Deus. ...O homem deu a volta a um hemisfério da existência e a mulher ao outro: traz cada um consigo, para o Milagre do Encontro, a metade directamente luminosa dum mesmo mistério.''

''Na mulher que amamos, amamos o Universo inteiro. E para que os lábios da mulher amada nos digam todo o sonho disperso, toda a humildade, toda a dor e ansiedade do Universo, é preciso que o nosso coração tenha inundado todas as cousas e delas tenha recebido toda a beleza interior, toda a bondade latente.''

Leonardo Coimbra

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , , , , | Posted on 19:26


ADORAÇÃO
de
Leonardo Coimbra


Excertos do livro


Oh! meu amor hei-de pôr-te uma estrela no peito

A TUA FIGURA

Andamos pela terra e pelos mares, vimos a frescura das fontes e as meigas curvas dos rios, à flor dos lagos os nenúfares como brancos sonhos de virgens submersas em palácios de cristal e opala, os choupos sensitivos, ensaiando asas nos frémitos sãs suas folhas; andamos pelos céus e vimos astros (oh! Meu amor hei-de pôr-te uma estrela no peito e sobre o coração!), e tocamos os sóis e os laboratórios dos mundos; andamos pelas almas e vimos alegrias sussurrantes que eram os seus ribeirinhos e sacrifícios de amor que eram a lenha dada ao fogo, subindo em prece de luz, e vimos sobretudo (Oh minha Beatriz, oh minha eterna saudade do Céu) um infinito Mar de silêncio em cujas praias, extáticos, nos quedamos a sonhar…

Dá-me os teus olhos, oh meu amor, que neste mar infinito eu me quero aventurar.
Enche-me de astros o Silêncio deste Mar, oh minha Lira-Mãe das esferas que rolam, dos Sóis de manto doirado e dos olhos que te rasgam na imensa face do firmamento!

Fecha agora os teus olhos oh meu Amor, e deixa-me ver o teu Nascimento…

Adormeceram as águas, fizeram silêncio as almas, e, sobre as ondas do grande Mar do silêncio, caminha para nós a serena Aparição da tua figura.
(…)
E, como sobre uma multidão que espera a manhã para transpor o rio que os há-de salvar do inimigo, flutua de asas abertas o seu próprio sonho de resgate, assim, sobre o mundo e as almas, o grande lenço branco da despedida se fez asa, protecção, carinho, sonho, êxtase, e é o manto que te cobre, e às almas, oh minha virgem, minha Senhora da Aparecida!
(…)
Oh amor do meu Exílio, meu estranho amor, de onde vens tu meteoro das almas, que elas, à tua passagem, reacendem-se em lembranças e são mais puras, mais brandas, mais líquidas e dadivosas, espraiadas duma humildade sem fim?
(…)

De serra em serra, por caminhos de seixos e urzes, vejo-te subir a todas as serras de Portugal; de dor em dor, por caminhos bravios e espinheiro, vejo-te subindo a toda a altura da minha alma.
Névoa da terra e das almas, sonho do meu amor divino, branco dossel de todas as saudades, o aroma para além da flor a bondade para além das almas, Alegria flutuando em espuma por sobre todo o Mar, és o trono da Terra, a Senhora da Graça e a minha andorinha, removendo as asas da Ascensão!

Eu te adoro: deixa-me ir contigo, oh meu Amor com asas!...


The Movie

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , , , , , | Posted on 18:49



Este toque que chega de longe. Da cidade. Esta paisagem arrebatadora dos sentidos. Nunca cresci. Nunca crescerei. No meio destas catedrais levo esta espessura pura que nunca será arrebatada pelo betão, pelos mármores. Sou o meu próprio imaginário, a minha própria estátua viva Eterna. Tenho respiração para além dos homens. Sou a espuma dos meus dias, a liberdade do meu próprio Condor interno. Sou a Fuga pura ao nada. Sou o filme na tela do rosto, sou a viagem sem tempo. Sou a miragem dos felinos em cima dos telhados, sou a garra que fere a boca do ódio. Sou a palma da criação que rola sobre a lágrima da gravidez do germe chamada seiva. Sou o barulho das aves atípicas, a crueza da saudade final. A floração do ventre mundo, a força da ternura debaixo do umbigo. Sou a florestação do rio debaixo da cidade esquecida e adormecida. Sou um contrato raro, uma bofetada na claridade da noite. O ''arrulho'' do magistério vivo dos animais. Sou o ouvido do toque, da tecla, do som, da voz!! Sou o vinho do caos, a origem. Sou ''The Movie'', a miragem a acontecer, a roda da ilusão a criar as asas da salvação.

Este toque que chega de longe. Da cidade. Esta paisagem atípica de desejos. Esta eternidade da canção. Este barulho de ardência. Esta guerra esquecida no trono de ossos. Sou a Catedral das ervas suaves, da corrente escondida no solo da vagina. Da cidade me fiz, rosto roto. Cruz cruzada e deixada a derramar na calçada. Não vim tarde, vim adormecida e coberta de cristal. Não sei da maçã. Sete ladrões, filhos de polegares são cegos, e a lanterna está no alto de uma pedreira. É à tarde que a cidade recua, lá no fundo sobe a respiração de uma água sem Oriente. Mescla-se tudo. A palavra sobe e desce. Nada faz sentido. Estamos no casino. É o Poker. É o Filme. É a Acção. É a Cena. É esse Toque, a Cidade. É tudo isto, Nada. É a AVENTURA.

NãoSouEuéaOutra in ''The Movie''

Condor = Abutre - do- novo- mundo

Para ver fotografia em formato maior, clicar sobre ela e todas as outras aqui expostas

O Comboio da Vida

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , | Posted on 17:39

Fotografia, daqui do sitio (blog)


Uma Letra de Canção cantada por Elvis Presley


Train I ride, sixteen coaches long
Train I ride, sixteen coaches long
Well that long black train got my baby and gone

Train train, comin' 'round, 'round the bend
Train train, comin' 'round the bend
Well it took my baby, but it never will again (no, not again)

Train train, comin' down, down the line
Train train, comin' down the line
Well it's bringin' my baby, 'cause she's mine all, all mine
(She's mine, all, all mine)



Tinha dois para postar ontem, mas resolvi não fazê-lo e guardei-os. Heis que ao publicar os ditos aparecem nos seus respectivos sítios onde deveriam estar, se tivessem sido publicados!!!E assim que às vezes podemos provar certas coisas...!!

As Trevas Louvadas

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , | Posted on 17:28


Fotografia, daqui do sitio (blog)

À Treva nunca diga não, mas sim sejas louvada! Porque dela sobe o pão pela goela em dias de gélido suor. Se Tebas nunca durou, Trevas também nunca durarão. Há Tempo para tudo dentro do próprio tempo, apenas Viver é permitido o tempo todo, porque o resto é paisagem que o tempo haverá de lavar.

NãoSouEuéaOutra in '' Rir da Treva, não é para qualquer um' '

Este Abrigo

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , , , , , | Posted on 17:18

Fotografia aqui do sitio (blog)


... (...) Sou filha de todas as Eras!! Nunca morri, porque nunca nasci e sim, sempre existi. Vou daqui para ali na Aliança das coisas sagradas. Sou esta Terra Gigante dentro deste Cosmos. Sou Aquela que há-de sempre viver, por mais que reescrevam a história... (...)

NãoSouEuéaOutra in ''Parte da História esquecida chamada Mulher''

Escritores Malditos

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , | Posted on 11:05



… a madrugada desconhece as letargias lúcidas dos Escritores Malditos. Mas ela é cúmplice da masmorra cerebral, cuja sua transparência vista de dentro para fora é Mortal Mortal Mortal. Entendem, que quando um Escritor se Torna Maldito, ele tocou qualquer coisa que os Humanóides não conseguem ainda entender!! Edvard Munch em ‘’O Grito’’, pintou como se escrevesse ao Mundo qual é essa sensação; ele devolve, assim, ao Outro a verdadeira sensação do que é ser comido por dentro… mas os Outros apenas ouvem e vêem, mas não sentem, e é esta a verdade que nos separa dos Outros. Se repararem, à esquerda – diagonal ou meio atrás – do ‘’Skrik’’, aquele que está com as mãos na cabeça, forma-se algo que parece ser um rio – e que o é, já que se refere às Docas de Oslofjord –, e ele está sobre uma ponte… no entanto se olharem para a forma desse rio que morre no horizonte, é senão mais que uma figura de pássaro, como se essa mesma saísse da cabeça do próprio grito do jovem ou adulto. Em ‘’O Grito’’ há uma aspiração, que é devolvida claramente pela Ave. Mas, o telespectador apenas se perde na boca aberta do jovem e nas suas mãos sobre a face, quase que esmagando o cérebro com elas. A diversidade humana é tanta, que uns ficarão, analisando o lado cromático do quadro; outros a perspectiva, ignorando as cores; outros a sombra e luz; outros as personagens em numero e como se colocam dentro do quadro; outros o tamanho do quadro e ficam teorizando porque não fez maior ou menor; outros, que o quadro teria mais profundidade se fosse horizontal e não vertical; outros, mergulham dentro do quadro e nele se perdem e nunca mais regressam os mesmos; outros, tornam-se psicólogos e analisam o efeito da expressão humana; outros, captam a própria vida do pintor e esquecem tudo e qualquer técnica pictórica…
Um Escritor Maldito, só escreve por necessidade e não porque ela, a escrita, seja um cajado. A necessidade aguça-lhe a Visão e, devolve-o à realidade. Não à realidade que almeja, mas aquela que conquista…

NãoSouEuéaOutra in '' aquela capacidade sem palavras de lamber a própria Merda ''

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...