A sebenta d´alhos III

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , | Posted on 15:05

( fotografia, cujo fundo são ilustrações minhas )


«se calçar-te é saber amar-te, então, aborrece-me os dias que sem ti viajo!»

Série Flores

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in | Posted on 15:00


 « da vagina das vagens, nascem pérolas cantadas sem sabotagem.»

A sebenta d´alhos II

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in | Posted on 11:13



A sebenta d´alhos

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in | Posted on 10:38



« ...foi assim, que o Lar deixou de existir. Uma ferida sobre o túmulo! No coração derretem-se flores.»

Crónica d´orelhudos

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , | Posted on 10:08



por, Luís Novais, retirado do seu Blogue

(com pref'acio de Pedro Barroso)
O meu livro mais recente, para descarga livre neste espaço


Com esta “Crónica d’Orelhudos” decidi iniciar uma nova fase na minha relação com os leitores. Uma relação que, hoje, pode existir de uma forma muito mais direta, de uma forma radicalmente desintermediada, graças a tecnologias que nos dão mais liberdade e que, por isso, alguns poderes se esforçam por controlar.

A “Crónica d’Orelhudos” aqui está, para quem a queira descarregar da internet, para quem a queira reenviar para os seus amigos. Vai livre de custos de edição, de custos de impressão, de custos de distribuição, de comissões e de todos aqueles encargos que a logística nos habituou a pagar.

Todavia, se a quem ler tal Crónica lhe parecer que o cronista merece remuneração além de leitura, não fica ausente forma de o poder fazer, desde que possa e queira. Encontrará manei-ra, pelo valor que lhe pareça mais adequado, no meu espaço, em www.novais.eu, podendo para tal recorrer a todas as técnicas de pagamento que os tempos colocam à nossa disposição.

Continue a ler aqui no blogue do escritor  (source)

Das Mulas e dos Orelhudos

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , | Posted on 09:53






O texto que se segue, foi retirado do Blogue,  Dos Meus Livros de Manuel Cardoso
(source)

Crónica D'orelhudos - Luís Novais (livro gratuito)


Numa atitude inovadora e de enorme coragem, o Luís Novais publicou o seu livro mais recente na Internet, disponível para download gratuito, no seu blogue.
O livro é excelente. Eu tive o privilégio de ler o original antes ainda da publicação e deixo aqui a minha apreciação:
Naquela aldeia não havia governantes porque deles nunca se precisou; até que da cidade veio a Grande Mula e prometeu riqueza; e aquele mundo dividiu-se em orelhudos (os da aldeia) e mulas (os da cidade). As mulas governariam; os orelhudos obedeceriam. E assim se fez para felicidade dos orelhudos e engorda das Mulas.


Este quarto livro de Luís Novais surpreende-nos com uma espécie de literatura fantástica, ou mais propriamente uma sofisticada fábula, fundada sobre a ironia e o escárnio, com grande riqueza de elementos simbólicos, como a magreza das mulas, a relação entre o poder das mulas e os seus adornos, o elemento religioso na figura do Grande Mula, etc., que conferem à narrativa um extraordinário poder crítico. Nada escapa à sátira que, a espaços, lembra Gil Vicente.
Por detrás disto está a falácia da nossa democracia: escolham entre nós, as Mulas! Vocês são livres; podem escolher um de nós! bem como a crítica ao capitalismo: o dinheiro criou o pobre.
Mas o dinheiro (o contado) teria que ser doseado para bem dos orelhudos, mal habituados ao gastar. Uma dieta de contado para acabar com os maus vícios dos orelhudos: assim falou a troika dos reis magos que vieram aconselhar a Mula governadora. Achei fabulosa esta referência à troika sob a forma de reis magos do Oriente. Do Oriente ou do Ocidente, o certo é que Portugal não seria o mesmo sem os Magos quem de vez em quando nos caem do céu. Ou do Inferno.
Mas, gradualmente, eram as mulas a engordar de tal sorte que nem os colarinhos brancos lhes duravam mais que uma semana. E mais uma metáfora: A União; metáfora da união europeia. Aliás, toda a linguagem do livro é metafórica, apelando para elementos simbólicos.
De repente as mulas surgem com uma excelente ideia, com o apoio dos três magos do Oriente: reduzir os pagamentos aos orelhudos que trabalham para a governação :) Nada como um belo plano de empobrecimento! trabalhar para o governo já é um privilégio, portanto é justo que se lhes corte no ordenado.
A mula sonhadora é a excepção: havia uma mula que pensa. Uma mula que pensa, sonha, fala, come e bebe. Uma mula do futuro. A excepção, a mula que a sociedade de mulas nunca admitirá...
Poucos livros se terão escrito com tamanha actualidade: mais um exemplo dessa actualidade: os cientistas vendem rifas a sortear um garrafão de vinho para financiar a investigação, uma vez que o governo deixou de o fazer. Não estaremos muito longe disso.
O empreendedorismo da Mula Sonhadora parece condenado ao fracasso, em terra de mulas pragmáticas :) Mulas do bloco central, diria eu… não se pode agitar as águas…
Alguns pormenores que revelam bem, a actualidade e o sentido crítico deste livro:
- O funcionário encarregado de ouvir as contestações… é surdo. Kafka no seu melhor.
- No entanto, o cientista ganha mais dinheiro jogando bilhar do que fazendo ciência.
- A burocracia com a sua dupla função: dificultar o acesso dos orelhudos aos seus direitos legais e justificar o poder. Kafka no seu melhor, segundo episódio. Mas é mais que isso: a burocracia é uma das principais estratégias para servir plano de empobrecimento.
- O cerne da questão. O problema não se resume à União; o problema existirá sempre, enquanto houver mulas e contado.
- Maria d’Arcada, metáfora da da Fonte, a mulher minhota não podia faltar na revolta dos orelhudos. E a padeira Brites- com mulheres assim não há mula que resista
- E o povo só voltou a ser povo quando queimou os barretes de orelhudos que lhe haviam enfiado.
- Che Guevara ou Vasques Colarinhos; profissão: revolucionário :)
- Um final com um delicioso toque do Padre António Vieira.
Enfim, um livro divertidissimo, actual, crítico e mesmo mordaz.
Ainda por cima... DE BORLA! (pode-se, no entanto, contribuir para as despesas do autor, nos moldes que ele descreve)

No blogue do autor: (source)

O Capitalismo

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , | Posted on 09:28

O Capitalismo sem o Espírito do Capitalismo.

 

  por, Luis Novais


Na sua obra mais famosa, “A Ética Protestante e o espírito do Capitalismo” (1905), Max Weber procurou encontrar fatores económicos e sociais com que definir o capitalismo, destrinçando-o de outros modelos coevos e do passado.

Aquilo que Weber viu no capitalismo foi o contrário das acusações que hoje lhe são frequentemente feitas: ser um sistema conduzido pela ganância e pela falta de ética. Também no tempo de Weber, seriam já muitos os que fariam essa conexão. Uma ideia contestada pelo sociólogo alemão quando este lembrou que “instinto de lucro, sede de ganho, de dinheiro, do maior ganho monetário possível, não têm absolutamente nada a ver com o capitalismo. Esta aspiração encontra-se e encontrou-se em criados, médicos, cocheiros, artistas, prostitutas, funcionários corruptos, soldados, salteadores, cruzados, jogadores, mendigos (…), em todas as épocas e países do mundo (…). Uma sede de ganho ilimitado de modo nenhum é idêntico a capitalismo.”

O que distingue, então, o capitalismo, de outras formas de aquisição de riqueza? Weber pega em textos de Benjamim Franklin, escritos entre 1736 e 1748, como exemplo de uma ética própria que estaria na base do espírito capitalista: “Lembra-te que o dinheiro tem uma natureza reprodutora e fecunda. O dinheiro pode produzir dinheiro que, por sua vez, produzirá mais dinheiro e assim sucessivamente (…). Quem mata uma porca aniquila a sua descendência até à milésima geração. Quem destrói uma moeda de cinco xelins, assassina tudo o que poderia ter sido produzido com ela: pilhas e pilhas de libras esterlinas.”

Ora, o capitalismo estaria precisamente ligado a esta moral: uma ascese relativamente ao dinheiro, ou, mais prosaicamente, a não comer a tal porca para que ela continue a dar gerações que, qual moeda de cinco xelins, também não serão sacrificadas para que prossigam a sua reprodução. Um certo espírito de sacrifício, portanto, em que o fado de cada um seria altruisticamente produzir mais e mais e consumir menos e menos.

Ou seja, uma sociedade de produção e não uma sociedade de consumo, se é que aquela pode subsistir sem esta, algo em que Franklin não parece ter pensado. Ou talvez sim. Talvez sim, porque muita coisa mudou entre este espírito do capitalismo de meados do século XVIII e o capitalismo que hoje temos. E o que mudou foi que o capitalismo estava, nesse tempo, longe de ser o sistema económico e social dominante, num Ocidente que ainda não havia tido a Revolução Francesa, a maioridade política da burguesia e ainda estava agarrado a ideias e modelos do Antigo Regime, alguns dos quais vindos diretamente do feudalismo medieval. O capitalismo que Franklin advogava era, assim, não um sistema dominante, como o é hoje, mas algo quase que de seita; neste caso herdado e advogado numa colónia que fora, ela própria, refugio para seitas religiosas e que só viria a ser país quase quarenta anos após os citados textos.

O espírito capitalista terá, assim, germinado neste caldo mental onde, ao fator trabalho se juntava a parcimónia. Um sistema, digo eu, incapaz de funcionar fora desta ética e que, sem ela, em nada se distingue da tal ganância que, como notou Weber, sempre se verificou ao longo da história, do cruzado ao salteador, do cocheiro ao funcionário corrupto.

De então para cá muita coisa mudou. De uma crença quase religiosa duma quase seita, o capitalismo tornou-se no sistema dominante. Aconteceu-lhe, por isso, aquilo que teria de lhe acontecer e que é o mesmo que acontece a todas as seitas quando deixam de o ser para passarem a ser o sistema: perdem a pureza inicial que é, afinal, o seu espírito, o seu cimento.

Isto mesmo acontecera já ao cristianismo que, de religião humanista dos mais pobres de Roma, se tornou, com a sua passagem a sistema religioso dum universo, na religião dos cruzados, dos impérios e da inquisição. Aconteceu a muitos outros sistemas na sua passagem de seita a modelo global e também ao capitalismo que, de quase religião de alguns, se transformou num sistema económico que, de tão dominante e generalizado, já não podia ser unido pelo cimento da sua ética original e foi tomado de assalto pelos cruzados, imperadores e inquisidores do nosso tempo, sejam eles especuladores, corruptores ou administradores de dinheiros alheios.

Ao longo da sua História, a humanidade foi encontrando diversas fórmulas de organização mental, social e económica. Na verdade, no sentido antropológico do tema, não há uma humanidade mas diversíssimas humanidades que não podem, por isso, ser enquadradas num só sistema, para mais quando esse sistema ambiciona globalizar-se, como já aconteceu a várias religiões e aconteceu ao capitalismo. Os modelos são indissociáveis da respetiva ética e essa ética só se mantém enquanto a sua dimensão não fragiliza a coesão mental do grupo.

A crise do capitalismo a que assistimos hoje não é, assim, uma crise do capitalismo. Nada existe sem o seu espírito e este modelo a que hoje chamamos capitalista já nada tem do “espírito do capitalismo”. Faz tempo, portanto, que o capitalismo morreu. Morreu de elefantíase, como muitos antes dele. Este é o verdadeiro problema: falamos do cadáver como se o cadáver estivesse vivo. Mais: insistimos em mantê-lo ligado ao ventilador por horror ao vazio que pensamos que sentiríamos se o perdêssemos definitivamente.

Se estivermos conscientes disto, é, talvez, tempo de lhe desligarmos a máquina, de lhe darmos o eterno descanso que merece. Tempo para pensarmos em regressar à pequena dimensão, às múltiplas antropologias culturais, sociais, económicas e políticas. Tempo, enfim, de resistirmos às tentações centrípetas que sempre atacaram as sociedades humanas e pensarmos em globalizar a diferença que, essa sim, é fonte de coesão e de realização pessoal e social.

(SOURCE)


Angels and Demons

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , , | Posted on 17:52



Estando sentada, com um caderno simples na mão, e nem sei a que propósito, surgiram-me estas palavras e que logo me apressei a escrever:

«Todos se defendem como Anjos e todos acusam os Outros como Diabos

 Uns minutos depois, repensei a tirada que '' fiz '' para o ar e que agarrei e colei nas linhas do caderno.  Porventura, estas palavras, foram de alguém mais sábio que resolveu habitar por estes dias dentro de mim.

Assim, deste repensar, nasceu uma critica de alerta a mim mesma:

«Eu digo, de Anjos todos aguentam, e pior que os Diabos dos Outros, são os meus próprios Demónios que me comem à boca cheia. Não importa que os envie para o Tártaro pela negação, posto que cedo ou tarde, eles encontrarão uma brecha e virão comer à dentada como animais ferozes! Aí, nem Anjos ou Diabos poderão nos salvar. Já estaremos Mortos, ainda que respiremos.»





Quando me ler, repare se sou um Anjo ou um Diabo... depois, olhe para si e veja quem é o diabo que em si, está criticando-me e porquê? O que teme em mim? Não terá, a sua pessoa humana,  essa mesma faceta em algum gavetão da sua personalidade e numa outra área e que não assume e por isso entra em choque comigo? Lamento ser um espelho tão próximo do real. 
Dizem que nem todos são espelhos límpidos e nem todos podem fazer esse papel, já que ele é por vezes ingrato. Eu, por exemplo, não o escolhi em consciência e por conta de tal, estou sempre partindo a cabeça e o coração, a mim mesma!
imagens do filme ''Anjos e Demónios''

Silence

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in | Posted on 19:24


Retratos Duplos

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , | Posted on 18:41



 Pintura de Oleg Shuplyak


Tento escutar! Escutar não aquilo que dizes, mas aquilo que não dizes. É aí que reside o choque e a diferença. Há quem não ouça as coisas deste mundo tão tangível, e sim essas nuances ocultas que são amordaçadas, mas que tanto barulho fazem, e incomodam as almas dos que sabem ouvi-las.

Por fora dizes, «és tão bonita.» Por dentro gritas, «desprezo-te, estúpida!»


Do Medo

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , | Posted on 20:09






Sozinhos, o silêncio torna-se insuportável. Nascem mais abismos do que o normal. Por isso, os outros são tão necessários para que possamos deixar de focar um no outro e, fugirmos à realidade crua de nós os dois apenas.


Reversos

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , , | Posted on 18:11




Olhei-te; sorrias e conversavas com todos. O medo não te agarrava e todos os minotauros pareciam pequenos ante a tua fortaleza. Pasmada te olhava.

Depois? Depois, naqueles momentos que os outros se foram; pessoas de circunstância que fazem varrer por momentos a consciência da vida, apanhei-te. Apanhei o teu olhar mergulhado numa profunda tristeza. A desilusão, a surpresa que a vida concede sem pedir licença. O teu semblante igualou-se à noite e, então pude perceber certos movimentos da tua boca. Que vida é esta, ouvi-te a dizer em palavras sufocadas para dentro. Não me viste quando te vi por dentro.

O espelho da Morte observa-nos em cada cruzamento quando as forças parecem sucumbir.

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