As Mulheres e a Espiritualidade

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , | Posted on 15:20

Didi Sudesh descreve o papel único que as mulheres desempenham dentro da Brahma Kumaris



Num mundo onde as mulheres têm sido vistas tradicionalmente como a esposa, a mãe, a filha ou a irmã de alguém, porque é que uma mulher escolheria seguir um caminho espiritual?



Talvez porque, lá no fundo, cada mulher tenha o desejo de “ser” alguém por si mesma – totalmente consciente de si, segura e no comando. Quando falamos de poder espiritual, estamos na realidade a referir-nos ao poder original do ser, para ser completo e independente – livre da teia do domínio e da repressão, livre da necessidade de existir por causa de mais alguém.



Nos últimos dois mil anos ou mais, as mulheres não têm utilizado o seu poder espiritual por completo. Em vez disso, os aspectos do “feminino” tomaram essencialmente formas simbólicas, desde a Virgem Maria às virgens vestais, desde as Deusas da Terra às Devis Shakti. Por um lado, as mulheres foram colocadas num pedestal e foram adoradas devido à sua pureza ou feminilidade. E ao mesmo tempo, foram excluídas das práticas religiosas e impedidas, mesmo até agora, de entrar nalguns locais de adoração.



Elevadas ou castigadas, exoneradas ou condenadas, o problema principal com o qual as mulheres se deparam é que elas nunca foram tratadas da mesma forma que os homens – nem como líderes espirituais nem como devotas. Essa falta de igualdade tem as suas raízes não apenas nos sistemas sociológico e cultural, mas mais particularmente dentro dos níveis de consciência sobre os quais a espiritualidade e as atitudes estão baseadas.



As Mulheres como Líderes Espirituais

As mulheres tornam-se líderes espirituais quando elas mesmas reconhecem que possuem a capacidade e os atributos necessários para desempenhar tal papel. A mudança de consciência que é necessária consiste em afastar-se dos sentimentos e das atitudes indignas e ver a grandeza existente dentro do eu. As qualidades femininas como o amor, a tolerância, a compaixão, o entendimento e a humildade são qualidades de liderança. Elas também são necessárias para o progresso espiritual, pois sem elas seria impossível aproximar-se de Deus e alcançar a auto-realização. Todos os seres humanos têm estas qualidades, mas as mulheres são mais fácil e naturalmente capazes de as alcançar, já que normalmente os sentimentos de amor e devoção são mais naturais para as mulheres, combinados com um profundo sentido de disciplina e ordem. Um verdadeiro líder lidera através do exemplo.



As mulheres sabem como servir e como doar. A noção de serviço ou de colocar os outros “na frente” tem frequentemente sido vista como um sinal de fraqueza ou de falta de poder. Na verdade é o contrário. A capacidade de se curvar diante dos outros, com verdadeira humildade, é o sinal da grandeza de uma alma que conquistou o ego.



No entanto, essa qualidade de doar aos outros também deve ser balanceada com as qualidades da coragem, da determinação, do pensamento claro e do auto-respeito. Muito frequentemente, as mulheres têm uma tendência de doar aos outros e de negligenciar as suas próprias necessidades espirituais. Esta é uma das principais razões pelas quais as mulheres se sentem esgotadas e com falta de poder espiritual. Assim, a base para assumir a liderança espiritual é a mudança de consciência. Ultrapassar as grandes barreiras físicas, religiosas e sociológicas que privaram as mulheres de se tornarem líderes espirituais, pode ser apenas conseguido através do desenvolvimento do auto-respeito. A qualidade do auto-respeito vem do conhecimento e da experiência do ser eterno, que está além das identidades social, cultural ou física. O ser eterno, ou a alma, é puro, pacífico e é preenchido com qualidades espirituais e divinas. Quando as mulheres tocam esta essência interna e eterna, elas ganham coragem para desempenhar o papel para o qual possuem essa capacidade.



O poder espiritual é uma expressão das qualidades inatas do espírito e não tem nada a ver com o género ou com as limitações físicas. Os sentimentos de domínio e de repressão surgem quando existe a consciência de superioridade ou de inferioridade. No entanto, os sentimentos de igualdade manifestam-se quando há a consciência do espírito ou da alma. Estes sentimentos e atitudes podem expressar-se nas ações, com resultados positivos.



As mulheres ainda estão longe de desfrutar das posições de liderança espiritual e a sociedade ainda não concorda com a ideia de que elas possam ser boas líderes espirituais. Contudo, a sociedade não vai necessariamente mudar, até que alguém, seja um indivíduo ou um grupo de indivíduos, quebre a tradição e estabeleça um novo modelo de regras. Esse, em parte, foi o pensamento por detrás do trabalho de Brahma Baba, o fundador da Universidade Espiritual Mundial Brahma Kumaris.



Contexto histórico da Brahma Kumaris

Em 1936, com 60 anos de idade, Dada Lekhraj, um rico mercador de diamantes da província de Sind (actualmente o Paquistão), experimentou uma série de visões poderosas. Ele sempre teve uma inclinação religiosa e também tinha uma posição muito respeitável na comunidade. Contudo, as visões mudaram completamente a sua vida, revelando imagens surpreendentes do mundo passando por um período de muita inquietação, assim como as imagens da mudança que seriam necessárias para prenunciar um novo mundo para o futuro. Dentro de mais ou menos um ano, Dada Lekhraj, mais tarde conhecido como Brahma Baba, vendia o seu negócio e fundava uma universidade espiritual. Ele nomeou então um grupo de 12 jovens mulheres para assumirem todas as responsabilidades administrativas por um grupo de quase 400 pessoas, que se encontravam regularmente para estudarem o conhecimento espiritual e para meditar.



Naquela época, na Índia, as mulheres eram tratadas como cidadãs de segunda classe, consideradas apenas como propriedade para os seus maridos. Tais atitudes têm as suas raízes nas escrituras tradicionais Hindus. Por exemplo, no Ramayana existe uma referência para quatro coisas como sendo iguais: um tambor (que vocês batem), um animal (que vocês empurram), um louco sem juízo e uma mulher.



Devido a Brahma Baba ter colocado as mulheres na direção de uma universidade espiritual, numa época em que elas estavam ainda escondidas pelo véu – literal e figurativamente – isso causou um alvoroço muito grande. Mas ele estava determinado a conduzir esta “revolução” social e espiritual, acreditando que o equilíbrio entre o poder espiritual e social não mudaria, a menos que a desigualdade fosse corrigida e que fosse dado às mulheres, tanto jovens adolescentes quanto mães, o direito de servir a comunidade como professoras espirituais.



Na época em que Brahma Baba faleceu, em 1969, o conhecimento que ele tinha dado e as mudanças que ele havia liderado encontraram solo fértil e receptivo. Num período de 54 anos, a Universidade cresceu consideravelmente e agora tem mais de 8.500 centros a funcionar em mais de 100 países.



Estudante e não Discípulo

Hoje, numa perspectiva organizacional, tanto os homens como as mulheres assumem a responsabilidade de ensinar e de gerir os centros. De certa forma, os homens seguem o exemplo do fundador e, prontamente, colocam as mulheres “na frente”.


Para a Brahma Kumaris, o conceito de discípulo não existe. Brahma Baba nunca se considerou como um guru. Ele ensinava através do exemplo, ao colocar na prática o conhecimento espiritual e os princípios que recebeu na sua comunhão (yoga) com a Alma Suprema. Também encorajou os outros a fazer o mesmo, ao criarem a sua própria comunicação diretamente com a Fonte.


Brahma Baba encorajou as mulheres a entenderem e a explorarem o seu potencial e inspirou-as com uma visão, da valiosa contribuição que as mulheres podem fazer como líderes espirituais. Ele percebeu que as mulheres têm serenidade e gentileza para entender e aceitar as ideias espirituais facilmente, sem a barreira da arrogância que é tão frequente nos homens. Então, ao colocar as mulheres na frente, ele procurou criar uma situação de igualdade, de respeito mútuo e de estima entre homens e mulheres, e, de facto, em todos os relacionamentos independentemente do género.



Didi Sudesh é Coordenadora da Brahma Kumaris para a Europa. Tem sido estudante e professora na Brahma Kumaris há mais de 47 anos.

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Dancing With Me

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , | Posted on 23:36


« Esta boca fechada. Um longo caminho. Este é o meu reino. Nunca esquecido. Não sabia ler e escrever. Sabias tu em mim. Lembro-me criança. Estavas nas entranhas. Boca fechada. Língua para dentro. Dentro. Sempre dentro. Nunca fora. Esta boca fechada. Nunca a abriste. Nunca abrirás. Aqui dentro, vomitas os mundos. Nunca me alcançarás, nem com a tua língua achacada de palavras do dicionário livro. Não estou em livros. Boca fechada, esta... assim ficará, para não mais ser vilipendiada. »

NãoSouEuéaOutra in « Não tenho boca. Serpente. Não me escrevo. »  


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Miss Snake, It´s Me

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , | Posted on 23:13




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Snake, Am I

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , | Posted on 22:33



« Sai de Mim Mesma. Não se vê nada. Sou Segredo!! Minha boca é fechada. »


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It´s Miss Snake

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , | Posted on 21:44



Mudei a tonalidade das fotografias. Para ver as originais, e os autores das mesmas, aceda aos links  abaixo.



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Eva-Herzigova-with-snake - (source)
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I´m Miss Snake

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , | Posted on 21:07


« Hoje, silencio-me. Tenho a boca fechada. Meu real nome. »



Mudei a tonalidade das fotografias. Para ver as originais, e os autores das mesmas, aceda aos links  abaixo.

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Cada um sabe onde lhe aperta o sapato

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , | Posted on 08:37

« Dizer que tantas outras pessoas estão em situação pior do que a sua, coloca um preço, um "valor" à sua dor - e, curiosamente, geralmente um valor menor do que as outras dores do mundo. Esse juízo de valor do quanto se deve sofrer ou lamentar por determinada coisa, do quanto se deve sentir dor, não cabe a ninguém...só cada um sabe o quanto uma unha encravada pode lhe doer e incomodar, o tanto de coisas que podem estar atreladas àquilo. »



Cada um sabe onde lhe aperta o sapato

Volta e meia, quando se vê alguma pessoa triste, brava ou chateada por algum motivo alguém dispara um "tem tanta gente no mundo em situação pior do que a sua, morrendo de fome", etc...Acredito que seja na intenção genuína de ajudar, de colocar o outro pra cima e tentar fazer ver o lado bom das coisas, mas também chamo a atenção para a violência implícita que existe nessa frase. Dizer que tantas outras pessoas estão em situação pior do que a sua, coloca um preço, um "valor" à sua dor - e, curiosamente, geralmente um valor menor do que as outras dores do mundo. Esse juízo de valor do quanto se deve sofrer ou lamentar por determinada coisa, do quanto se deve sentir dor, não cabe a ninguém...só cada um sabe o quanto uma unha encravada pode lhe doer e incomodar, o tanto de coisas que podem estar atreladas àquilo.

É evidente que existem outras milhares de dores, sofrimentos e situações difíceis nesse mundo. Crianças morrendo de inanição, enchentes, desabamentos, entre outros. Todas essas situações são difíceis sim, extremamente complicadas. E algumas das pessoas que passam por elas, conseguem encontrar uma forma de sorrir, de seguir adiante, de serem otimistas e felizes. Que bom! Pra outras, um divórcio repentino tira o chão debaixo dos seus pés. E ponto! São situações diferentes, dores diferentes e pessoas diferentes. Nem melhores ou piores umas das outras...apenas diferentes. 

E aliás, tem alguém competindo pra ver quem sofre mais, qual sofrimento é "melhor" ou mais digno?

Conheço algumas pessoas que chegam a se sentir culpadas quando não estão felizes com alguma coisa em suas vidas, quando se sentem tristes, desanimadas e "têm tudo para serem felizes". Sentem culpa por não estarem satisfeitas e contentes (como se a própria insatisfação já não bastasse, ainda há o peso da culpa). É aí que tudo embola! Justamente por essa noção empurrada goela abaixo e impregnada em nós de que "tem tanta gente em situação pior", nós literalmente damos licença e poder para que o outro nos diga o que deve nos deixar felizes, tristes, o que é digno de ser sofrido ou não. Se há um desgosto, se há uma insatisfação (seja ela qual for e de que ordem for), então não se tem tudo. Falta alguma coisa...e essa falta é real e suficiente para você. Da mesmíssima forma que a falta de comida e água é real e desesperadora para milhares de pessoas mundo afora. Nem pior, nem melhor. Até porque, cada um sabe onde lhe aperta o sapato.

Aline Marques da Silva - PSICÓLOGA

A Longa Caminhada dos Sós

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in | Posted on 07:54

[Fica longas temporadas sem falar com ninguém; como se já tivesse morrido. Ninguém se lembra. Não ouve voz humana alguma. Às vezes, sente-lhes demasiado o peso, « essa de uma vida não vivida; nascida sem saber porquê e vivendo para não se sabe o quê e, tendo como único pano de fundo, essa ideia inevitável, de que a morte virá buscar, porque se está farta. Porque se viveu erradamente sem ter feito nada de errado. Não se matou, não se furtou, não se foi infiel, não se teve vícios.»

Assim, passa longas temporadas dentro de um caixão para mortos em vida. O além, não visitado e  vivido aqui. Sem comunicação a mortos e aos mortos. Nada. Mesmo no centro da existência, no meio de nada. Só. Completamente só. Nenhuma vibração humana, nem dos deuses... apenas só com os seus pensamentos, as suas dúvidas, os seus pavores  e, muita gente em forma de voz dentro da mente, a dizerem ditados... mas tudo sem proveito. Esqueletos apenas.

Fica-se à espera que algo mais poderoso que nós mesmas abra a mão da sua arrogância ou do seu esquecimento e nos olhe, e diga, ''sim, agora, podes abrir os olhos e respirar''. A vida te dá o sopro agora, esse que foi-te falseado à nascença por um Deus cru e invejoso, que te viu Deusa! ]

NãoSouEuéaOutra in « Comissão dos Solitários na Árvore dos Humanos »

THE LOVER - As Madições de ser A Amante

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , | Posted on 07:45

Nem sei porque vou colocar aqui isto, mas aqui vai. Sempre pode acordar alguma mulher com esse problema. Já que tantas pessoas visitam esta página.
 

Você está cansada de ser a amante?

por, pergunteaumamulher 


Preciso de conselhos, sou amante há 8 anos e nesse ano tentei terminar essa relação por várias vezes porque já não aguento mais essa situação, mas o outro diz que me ama mas não tem coragem de largar a esposa. Já não aguento mais me ajudem!?

Olha, sem querer ser chata mas já sendo, se depois desses anos todos ele ainda não largou a mulher, provavelmente não a largará tão cedo, isso se largar!!!! Você não disse explicitamente, mas imagino que só por estar com tanto medo assim de terminar a relação, certamente você gosta bastante desse homem. Não desmerecendo o seu gostar, mas indo para o ponto prático, vamos pensar um pouco: ele diz que te ama, mas não larga a mulher, certo? Isso só me sugere que, independentemente de ele te amar ou não, está compensando mais ele ficar com a mulher do que contigo, e essa escolha por ela pode ser não só por amar (mais?) a oficial, como também por causa de outros possíveis fatores, tais como divisão dos bens, comodismo, etc. Se não vale a pena para ele ficar com você oficialmente, por que você insiste nisso?!

         Ao que parece ele está querendo manter as duas na mão dele, o que é muito cômodo, não acha?! É claro que ninguém gosta e nem merece ser traída, mas convenhamos que você é a que mais está saindo prejudicada nessa situação, porque independentemente do sentimento que ele diz sentir por você, certamente ele te deixa como segunda opção, te larga nos finais de semana, ignora suas chamadas telefônicas, e se te encontrar na rua provavelmente fingirá que não te conhece! Nisso te pergunto: é isso que você quer para a sua vida? Acredito que não, até porque pelo visto ainda te sobrou um pouco de racionalismo para saber que há algo errado aí e que é necessário sair dessa situação.

          Outra coisa que quase nunca pensamos é na pessoa que está sendo traída. Eu sei que muita gente fala que só é chifrado quem não dá assistência, quem falta no relacionamento e demais coisas que a meu ver são só desculpas para se sentir menos mal ao cometer o erro, porque afinal de contas: quem é que é perfeito? E se não somos perfeitos, de onde tiraríamos a ingenuidade de achar que supriremos sempre e 24 horas por dia as necessidades do outro? Pensar nisso além de ingênuo é utópico, então, trair ou não acaba sendo mais uma questão de escolha do que qualquer outra coisa, já que vontade todo mundo sente ou sentirá ao menos uma vez na vida. Digo tudo isso para você pensar não apenas na sua relação com ele, mas também na relação dele com a mulher dele. Mesmo que ele não diga diretamente, ele mostra por atitudes que resolveu ficar com ela, e nisso você acaba perdendo o seu tempo de encontrar pessoas legais e SOLTEIRAS para ficar se encontrando com um cara que pouco tem a te oferecer – até porque não daria para ele morar em duas casas né, só se ele for para a novela da Globo hehehe.

        Um outro ponto a tocar e que não falo por mim, mas sim pela imensa maioria dos homens que conheço, é que quase ninguém valoriza uma amante! Tudo bem que essa ideia é totalmente machista e chega a parecer meio idiota, porque afinal das contas, se eles também estão traindo eles têm o mesmo valor da “amante”, né? Enfim, o que acontece é que eles não entendem isso, não conseguem olhar para o próprio umbigo e acabam desvalorizando mulheres que ocupam a posição que você está ocupando, pensando que elas serão eternas traíras, que não prestam, etc. e nisso não fica difícil perceber que o fim de uma amante acaba sendo duro e solitário, e nisso volto a enfatizar que não de acordo comigo, mas sim com a maioria dos homens que a gente “ouve” falar pela vida afora, e inclusive aqui pelo blog!!

           No fim você me pergunta: “tá, mas e agora, como termino com ele?”. Acredito que te falta coragem, e justamente por isso acabei listando acima os vários motivos que poderiam te estimular a cair fora dessa o mais rápido possível: desde o fato de você não ter sido a escolhida, até o fato de estar sendo desvalorizada, ainda que ele não admita dizendo que te ama, ele não te prova na prática já que não larga o osso com a outra!! Depois, acho que não tem muito mais o que fazer além de fazer como todo mundo costuma fazer ao terminar uma relação: dizendo que para você já deu, e logo depois seguir a sua vida abrindo as portas para outros relacionamentos. Enfim, parece óbvio, mas é algo que você ainda não fez. Vai doer e será mais difícil na prática do que na teoria? Vai, mas acho que essa seria uma decisão que caso você realmente não queira mais ser “a outra” você teria que tomar mais cedo ou mais tarde. Também sei que muitas vezes as pessoas procuram fórmulas mágicas para tentar terminar um relacionamento que muitas vezes já está falido, enquanto na verdade terminar com alguém poderia ser feito de uma forma bastante simples, que é decidir o que é melhor para você e simplesmente cortar os laços.


LAND OF THE "FREE" - "HOME OF THE BLiNd"

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , | Posted on 07:39

TERRA DOS "LIVRES" (LAND OF THE "FREE") / CASA DOS CegoS ("HOME OF THE BLiNd")

Enterrai os vossos próprios mortos
Graças a Deus que existe alternativa para a vida
O sem alternativa destino dita vivê-la sofrida
Se quiserdes comer tendes de pagar
Quanto mais podeis aguentar?
Se eu possuísse visão já jazíeis morta
Quanto mais podeis aguentar?
Terra dos "livres" (LAND OF THE "FREE")
Casa dos cEGOs (HOME OF THE BLiNd)
Aglomerem os vossos valores
Ouro, prata, bronze ou cobre
Entreguei-vos o meu corpo por piedade
Corpo gótico tecido dessa saudade
Com que pescastes o único peixe que houvera já sido pescado
Com que secastes a única ribeira que padecia já sem peixes
E quando a maré para o mar recolhe?
Será a vida do peixe ou do mar que o acolhe
Dos caranguejos, das algas, dos tubarões que lá nadem
Será o mar do mar quando lhe caem
Os esquálidos dentes,
Os gangrenados olhos,
E as leprosas orelhas,
Só Neptuno pelo seu conclave detém o poder de eleger a regência do mar pelo mar
E só quando o mar recuperar soberania sobre seu próprio território
Será realmente livre a terra dos "livres"

Luís Alves Carpinteiro
IXX / III / MMXIII

Vagina - Va - Gina

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , | Posted on 13:30



Vagina, uma nova biografia

NAOMI WOLF
tradução CLARA ALLAIN

As palavras, quando usadas em referência à vagina, sempre são mais do que "só palavras". Graças à sutileza da relação mente-corpo, as palavras que aludem à vagina são também o que o filósofo John Austin (1911-60), no livro "Quando Dizer é Fazer", classifica como "enunciados performativos", frequentemente empregados como meio de controle social. Um "enunciado performativo" é uma palavra ou frase que realiza algo de fato no mundo real. Quando um juiz diz "culpado!" ao réu ou um noivo diz "aceito", as palavras modificam a realidade material.

Estudos indicam que ameaças ou admiração verbais ou palavras de conforto podem afetar sexualmente a vagina. Um estudo sugere que um ambiente estressante pode afetar negativamente o tecido vaginal. Esse "estresse negativo" pode também, na medida em que promove ou inibe o orgasmo, elevar ou abaixar os níveis de confiança, criatividade e esperança das mulheres. Por isso, as mulheres reagem a alusões injuriosas a suas vaginas feitas por homens ou a ameaças implícitas de estupro, mesmo quando são "só piada" embora a maioria de nós não saiba as explicações científicas de reações viscerais que nos mostram que o abuso verbal faz mal.

A humorista Roseanne Barr descreveu o comportamento de roteiristas de TV homens quando mulheres ingressavam na categoria profissional: observou que odiava ir à sala dos roteiristas porque em três minutos alguém faria uma piada sobre "perereca fedida".

Quando uma mulher está num local de trabalho onde seus pares homens querem lhe mostrar que não é bem-vinda, não é raro surgirem palavras ou imagens de insulto à vagina: por exemplo, aparecem em lugares públicos páginas centrais de revistas masculinas, com modelos nuas de pernas abertas e o rosto da mulher em questão sobreposto ao corpo nu.

É claro que motivações culturais e psicológicas exercem um papel nesse tipo de assédio. Mas não se deve ignorar o papel da manipulação do estresse feminino por meio dos ataques à vagina.

Esses atos com frequência são impessoais e táticos --estratégias para atingir mulheres com um tipo de pressão que não é compreendido conscientemente, mas que pode ser intuído e até sobreviver na memória popular como algo que suscita um "estresse negativo" neuropsicológico mais amplo que debilita as mulheres.

Em 2010, alunos homens da Universidade Yale se reuniram no evento "Tomar a Noite de Volta", em que suas colegas protestavam contra agressões sexuais. Os rapazes gritaram: "'Não' quer dizer 'sim', e 'sim' quer dizer 'anal'". Algumas delas processaram a universidade, argumentando que a tolerância a tal comportamento criava um ambiente educacional desigual. Eticamente, elas tinham razão; neurobiologicamente, também.

Quase todas as mulheres jovens confrontadas com homens gritando slogans do gênero provavelmente sentirão leve pânico instintivo. Em algum nível, estão recebendo a mensagem de que podem estar na presença de candidatos a estupradores. Com isso, torna-se impossível para elas ignorarem comentários imaturos, algo que se costuma pedir às mulheres.

O estresse de uma ameaça sexual libera cortisol no fluxo sanguíneo. O cortisol já foi vinculado à presença de gordura abdominal em mulheres --que é acompanhada dos riscos de diabetes e problemas cardíacos-- e também eleva a chance de doenças cardiovasculares e AVCs. Se você impuser estresse sexual suficiente a uma mulher, com o tempo é provável que ela tenha problemas em outros aspectos da vida; ela terá dificuldade em relaxar na cama, na sala de aula e no escritório.

Isso inibirá a injeção de dopamina que ela receberia de outro modo, o que, por sua vez, impedirá a liberação em seu cérebro de substâncias químicas que, não fosse isso, a deixariam confiante, criativa, focada e eficiente, algo especialmente relevante se ela está competindo acadêmica ou profissionalmente com você. Com essa dinâmica, a frase "foder com ela" ganha todo um outro sentido.

Senti em primeira mão o impacto poderoso que podem ter sobre o cérebro feminino palavras de alusão à vagina. Eu acabava de assinar contrato com a editora para publicar este livro e estava eufórica em relação às pesquisas e ao trabalho de escrita pela frente.

Ao mesmo tempo, estava ansiosa por lidar com um tabu tão forte. Então, um amigo de um amigo um empresário teatral a quem chamarei Alan, dotado de um senso de humor complicado e que tem prazer em criar espetáculos sociais que elevam a tensão disse que queria promover uma festa para comemorar meu contrato. A festa virou assunto entre seus amigos, muitas vezes com um tom de leve ironia, com algo oblíquo no meio.

Alan falou que faria um jantar à base de massas, no qual os convidados poderiam fazer macarrão em formato de vagina. Achei a ideia divertida e charmosa, de certa forma, possivelmente uma homenagem ao livro, ou, pelo menos, não terrível, embora não fosse um viés que eu teria escolhido.

Quando cheguei à festa, porém, um zum-zum-zum travesso e ligeiramente ameaçador vinha da outra extremidade do loft, onde ficava a cozinha. Alan estava na cozinha, cercado de convidados. Fui para lá, com certo receio. Passei pela mesa onde estava a máquina de macarrão caseiro. Um grupo de pessoas ao redor, moldando pequenas vulvas feitas à mão.

Os objetos pareciam bonitinhos: como a coisa real, as pequenas esculturas de massa variavam, talvez porque a experiência de cada pessoa (ou seu corpo) influísse sobra sua interpretação. Havia uma energia de respeito e até celebração vinda dessa mesa, tanto dos homens quanto das mulheres.

A travessa de massas sobre a mesa me pareceu ter sido montada com uma espécie de amor: lembrando uma flor ou uma pena, uma flauta ou um leque, cada pequena escultura era detalhada e singular lindos objetinhos brancos sobre uma bandeja de cerâmica italiana azul pintada à mão.

"BOCETINI"

Alan apareceu do meu lado. "Chamo esses macarrões de 'bocetini'", ele falou, rindo, e meu coração se contraiu. Um lampejo de tensão atravessou os rostos de mulheres presentes. As expressões dos homens, até então tão abertas, e, no caso de alguns, tão ternas, ficaram impassíveis. Algo doce e novo que mal tinha começado estava sendo cortado.

Ouvi um chiado, como de fritura. Olhei a cozinha: o som vinha de linguiças enormes dispostas em frigideiras de ferro sobre o fogão industrial. Entendi: hahaha, linguiças para acompanhar os "bocetini". Notei que a energia do grupo, que incluía homens e mulheres, já não era tão simples.

O ambiente tinha ficado mais tenso --uma tensão com a qual eu estava familiarizada, a dos momentos em que mulheres se sentem amesquinhadas, mas espera-se delas que "levem numa boa" e "tenham senso de humor". Meu coração ficou ainda mais apertado.

Finalmente alguém chamou minha atenção para o prato final do cardápio. Vários imensos filés de salmão estavam dispostos sobre outra travessa nas bocas de trás do fogão. Entendi a brincadeira. As mulheres são fedidas. Fedem a peixe. Corei, com um tipo de desespero psicológico deprimida porque um amigo acharia isso engraçado, mas que também me provocava uma sensação física.

Mas não foi isso o que realmente me chamou a atenção naquela noite. Consigo tolerar uma brincadeira de mau gosto, se isso foi tudo o que o evento envolveu. O que achei interessante foi que, depois da festa dos "bocetini", não consegui digitar uma palavra do livro nem mesmo anotações de pesquisa por seis meses, e eu nunca antes tinha sofrido "bloqueio de escritor". Senti, criativa e fisicamente, que tinha sido castigada por "me aventurar em algum lugar" supostamente proibido para as mulheres.

NAOMI WOLF, 49, americana, é autora de "O Mito da Beleza" (Rocco) e de "Vagina: A New Biography''

Texto publicado originalmente pelo jornal britânico "The Guardian".

O CLITÓRIS E A NEGAÇÃO DO DESEJO FEMININO

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , , , | Posted on 13:06

Retirado do Blog, de Lola Aronovich, Escreva Lola Escreva, apenas para informação, e para ler na íntegra acesse à sua página, no link azul.


Li Promiscuities: The Secret Struggle for Womanhood (Promiscuidades: A Luta Secreta pela Femininidade, 1997), de Naomi Wolf, livro que não é tão influente quanto sua maior contribuição, o indispensável O Mito da Beleza. Mas é bom também. Há uma parte fascinante em que Naomi fala sobre a mudança de padrão na sexualidade, tanto feminina quanto masculina. Esses clichês que ainda ouvimos de que o homem tem uma sexualidade irrefreável, incontrolável, e sente muito mais desejo que a mulher, que é sempre passiva, são uma invenção bastante recente. E também é mentira que foi a revolução sexual no final dos anos 1960 que revelou a existência do clitóris. O pessoal já sabia desse órgãozinho que serve apenas para o prazer (homens não têm um instrumento só para o seu prazer) já em 1559. Foi Colombo que descobriu o clitóris, só que não o mesmo Colombo que fez aquela outra descoberta importante. Esse do clit era um cientista italiano chamado Renaldus Colombo. Ele comparou o clitóris ao pênis, percebendo que o órgão feminino também se levantava, ficava duro, e proporcionava prazer. Essas comparações continuaram no século 17, e em 1697 um livro de anatomia já incluía o clitóris como um órgão distinto. No século 18, tanto se falava em prazer feminino que havia a lenda que orgasmos femininos ajudavam as mulheres a engravidar. A mulher era vista como um animal tão ou mais sexual que o homem.
Porém, no final do século 18, uma nova ideologia foi imposta, consequência, talvez, da Revolução Industrial. As mulheres passaram a ser vistas como seres angelicais, “seus desejos mais focados não no carnal mas na afeição e na domesticidade; cada vez mais, elas foram consideradas tão sexualmente diferentes dos homens que passaram a ser definidas como seu oposto” (minha tradução).
Por que isso aconteceu? Não há respostas concretas, só hipóteses. Alguns acham que, com a chegada de uma era mais democrática e secular, e do Darwinismo, deus e tradições religiosas não eram mais suficientes para explicar a hierarquia masculina. Coube à ciência, portanto, explicar (e manter) o domínio do patriarcado, criando mais e mais diferenças entre os sexos (já Linda Gordon acha que a sexualidade tornou-se ameaçadora para o capitalismo, que exigia que as pessoas olhassem para o futuro, e não esperassem gratificações imediatas).
Naomi crê numa interseção dessas hipóteses. Em 1789, com a Revolução Francesa, e em 1848, no resto da Europa, havia uma atmosfera de igualdade social. Mas as mulheres não podiam estar inclusas nessa igualdade. Um meio de mantê-las no seu lugar era controlá-las sexualmente. Pipocaram teorias “científicas” que desejo sexual era coisa de homem, e que inexistia, até biologicamente, nas mulheres. “Como resultado, as mulheres de classe média adotaram a 'pureza' sexual como sua principal virtude, apesar da explosão da prostituição”. A sexualidade feminina passou a ser patologizada. Aquele negócio da normalidade, sabe? Que “normal” era a mulher só querer transar pra engravidar, ou pra agradar seu marido, sem querer prazer algum pra ela. O padrão passou a ditar que o instinto maternal era o oposto do desejo sexual masculino. Qualquer resquício de desejo feminino era perigoso pra mulher ― podia até afetar seus órgãos reprodutivos, juravam os cientistas. Uma relação sexual “normal” era aquela que culminava no orgasmo masculino (e que fosse rápido, pra não comprometer a honra feminina).
Naomi lembra que houve outras contribuições para acabar com o desejo feminino. Mulheres de classe média usavam corsetes, que apertavam suas costelas, prendiam sua respiração, ocasionalmente danificavam seus órgãos internos, e as faziam desmaiar com frequência. Exigia-se que elas ficassem em casa, sem fazer qualquer tipo de exercício físico, o que, inclusive, pode ter tornado a experiência do parto ainda mais dolorosa. Assim como é difícil sentir desejo sexual no meio de uma dieta alimentar que nos priva de combustível para sobreviver, devia ser meio impossível sentir tesão usando um corsete. Não é irônico que a marca de lingerie Victoria's Secret (nome em homenagem à Era Vitoriana) seja quase sinônimo da nossa sexualidade atual? (irônico nada: Susan Faludi, no fabuloso Backlash, explica o sucesso da marca. Algum dia falo disso).
Em 1851 já se dizia que qualquer mulher que se deixava levar pelo desejo e perdia sua virtude era uma prostituta. As mulheres “decentes” apenas se submetiam à vontade de seus esposos. Como disse um jornal inglês: “Nos homens em geral o desejo sexual é inerente e espontâneo e pertence à condição da puberdade. No outro sexo, o desejo é dormente, se não inexistente”. Com o clitóris esquecido, ninfomania passou a ser tida como doença mental.
Apenas em 1899 um médico inglês, Henry Havelock Ellis, lembrou-se do clitóris. Ellis se encarregou de desmentir a suposta falta de desejo feminino, a ideologia vigente da Era Vitoriana. E ainda afirmou que mulheres podiam ter orgasmos múltiplos!
Daí veio Freud, em 1905, dizer que sim, mulheres tinham clitóris, e até meninas sentiam prazer. Mas que só o orgasmo vaginal era sinal de maturidade. O clitorial levava à frigidez. Em 1918 uma promotora pelos contraceptivos, Dra. Marie Carmichael Stopes, definiu a ideia de que mulheres com desejo sexual sejam depravadas como “absurdos ridículos que passam pelo nome de ciência”.
Já em 1926 um ginecologista holandês publicou um bestseller que seria o primeiro manual escrito por um homem “respeitável” para dar prazer às mulheres ― na realidade, esposas. Van de Velde acreditava que a melhor forma de se manter a fidelidade conjugal seria que os homens aprendessem as técnicas eróticas que satisfariam suas mulheres. Ele divulgou para o mundo anglo-saxão a noção do “beijo genital”, e chamou de egoísta um homem que tentasse transar com sua mulher sem que ela estivesse excitada.
Várias outras obras no século 20 (como o Relatório Hite, por exemplo) vieram se unir à mensagem que o desejo feminino existe e é importante. Mas ainda seguimos firmes na mentira que homens gostam de sexo, porque “é assim que os homens são”, e mulheres simplesmente o toleram. E que uma mulher de respeito não deve fazer sexo com quem (e quantos) bem entender, porque “homens e mulheres são diferentes”. Infelizmente, gente demais ainda crê nessas baboseiras.





Nota: 
Para acessar aos links ocultos neste texto, visite a página da autora e continue a ler. Lola Aronovich

wolves - LOBOS - wolves séries

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , , | Posted on 21:20


« Quando um lobo caminhar até você, você se lembrará.
Quando um lobo se aproxima de você, a própria presença do lobo reacenderá antigas memórias dentro de sua alma.»

WOLVES - LOBOS - WOLVES

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , , | Posted on 21:05

Nota:
modifiquei a cor das fotografias, porque gosto desta tonalidade, e,  mencionei a fonte das mesmas.

White Wolve

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in | Posted on 22:23

White Wolve

« Vieste ter comigo, vindo do nada. Nunca te tinha encontrado na vida frente a frente no caminho, entre limiares, fronteiras, mundos. Beijaste-me a face de repente num salto, com toda a ferocidade do Universo e, disse-te para não me devorares. Olhei-te intensamente e nossos olhos ficaram fixos um no outro. Pedi-te tanto. Tanto. Tanto que não devorasses. Tinhas a tua boca toda abocanhada em mim, tudo em ti era feroz. No meio de todo o assombro do terror, tu, Lobo, poupas-me, no mais profundo dos meus silêncios, com o meu coração a gritar por compaixão!. Retiras o teu focinho e fechas a boca. Deixas meu rosto inteiro. Olhas-me com uma calma, perante o meu assombro de estar inteira. Fiquei ali, perguntando a mim mesma,  porque me poupaste??
Ficamos sentados a conversar. Numa linguagem qualquer esquisita. De repente meus olhos transmutam-se. Mais tarde, dei-me conta que estava à tua procura, mesmo sabendo de toda a tua natureza selvagem... »

NãoSouEuéaOutra in Crónica de um Sonho Iminente

durante muito tempo, e acho que, desde sempre nunca me interessei por este animal. nada me dizia. estive em contacto com eles na infância, era normal vê-los no cima de uma das minhas colinas. lembro-me dos seus olhos como duas lanternas. não havia problemas com eles, desde que não os assustássemos. eles vinham e partiam. 
sempre li coisas, por aí, sobre a devoção ao lobo. continuei a ignorar e não dar importância. nunca me interessou ver vídeos ou documentários.
certo é que há tempos dei de caras com um... e a coisa mudou de figura. 

  

Introjeção

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , | Posted on 13:40

Hoje, dei por mim a pronunciar esta palavra diversas vezes. Confesso que não estava a perceber. Resolvi investigar. Heis!!


Segundo o dicionário

Introjeção

 (in.tro.je.ção)
sf.

1. Psic. Processo inconsciente de identificação pelo qual uma pessoa incorpora ao próprio ego objetos e qualidades a eles inerentes; INTERIORIZAÇÃO

2. Soc. Processo pelo qual um indivíduo adota e se deixa influenciar por crenças, valores etc. de outros indivíduos ou grupos.


Não satisfeita, procurei mais informação.


O que é Introjeção

« Quando somos crianças, até uma certa idade, dependemos dos adultos para nos alimentar. Quando o alimento nos é empurrado "goela abaixo", sem que tenhamos tempo e oportunidade para mastigar, sentir o gosto e só então engolir, estamos introjetando o alimento. Ao contrário, quando o ambiente é sentido como confiável e podemos mastigar, sentir o gosto, desde esse momento começa o processo de digestão daquele conteúdo e portanto, ao invés de introjetar, estamos assimilando. A assimilação é o aspecto saudável da introjeção (lembrem que sempre há um aspecto saudável nas interrupções).

Perls diz que "não há nada em nossas mentes que não venha do meio, e não há nada no meio para o qual não haja uma necessidade orgânica, física ou psicológica. Estas devem ser digeridas e dominadas, se quiserem se tornar nossas de verdade, realmente uma parte da personalidade. Mas se simplesmente as aceitamos completamente e sem crítica, baseados na palavra de outra pessoa, ou porque estão na moda, ou são de confiança, ou tradicionais ou antiquadas ou revolucionárias – tornam-se um peso para nós. São realmente indigeríveis. Ainda são corpos estranhos, embora tenham se instalado em nossas mentes. " (A abordagem gestáltica, Fritz Perls, pg. 46 e 47).

Utilizamos a introjeção saudável para nos adequarmos socialmente, por exemplo. Introjetamos que não se anda nu pelas ruas, introjetamos nosso idioma e uma série de outras normas sociais. O conteúdo do que introjetamos é chamado introjeto.
Quando esse processo ocorre fora de qualquer contexto coercitivo, é saúdavel; se, em contrapartida, existe uma coerção por qualquer parte do ambiente, que é incompatível com a necessidade genuína do indivíduo, há uma imobilização. É como se entregássemos nossa identidade nas mãos de outra pessoa. Com o tempo, o que foi introjetado cai na confluência, vira hábito, torna-se não-consciente e passamos a reproduzir comportamentos e atitudes que não condizem com nossas reais necessidades e anseios, mas que parecem ser tão nossas...
Introjetos são todos os conteúdos que sustentam os "deveria" que carregamos vida afora. »

 Aline Marques da Silva - PSICÓLOGA

Se não for agora, quando?

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , | Posted on 15:30

Edson Marques, do blog Mude:


 Se não for agora, quando?
Tem hora de parar — e tem hora de partir,
tem hora de permanecer quieto e calado num canto,
e tem hora de cantar e de voar.
Agora,
agora não é hora de dobrar as asas,
nem de calar a voz,
nem de catar gravetos para fazer o ninho.
Agora não é hora de sentir remorsos,
nem de buscar consolo, nem de caiar o túmulo.

Agora que estou na beirada,
bêbado de alegria — pronto para o salto,
não me segure em nome de nada.
Não queira impedir-me dizendo que é muito cedo,
ou que é muito tarde,
ou que está escuro, é perigoso, muito alto,
muito fundo, muito longe...


Não!

Se você não puder incentivar-me para o salto,
ou até mesmo empurrar-me com amor em direção à Vida,
não me prenda, não me amarre.
Não envenene com teu medo a minha dança.

Seja só uma testemunha silenciosa desta vertigem.
Porque agora,
agora é hora de voar.
Agora é hora de abrir-me a todas as possibilidades.

E voar um voo livre e sem destino para dentro de mim mesmo!

Máximas de Mude

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in | Posted on 14:28

Máximas de Edson Marques, do blog Mude:

« O espírito de corpo às vezes vira espírito de porco. »  

Estava a referir-se que,  engenheiros, costureiros, professores, filósofos... etc... seriam acolhidos no Brasil e que, os Médicos não!!!
Veja aqui o texto completo: Mude 



Amor: quanto mais damos, mais temos. Jesus já dizia isso. Mas as pessoas se esquecem do que disse Jesus. E se tornam avaras, ciumentas, monogâmicas. E tem gente que defende a ideia absurda de que só podemos amar UMA pessoa. Segundo essa teoria maluca nós devemos escolher uma única pessoa e ficar amando-a — só ela — exclusivamente, pelo resto da vida!

Isso vai contra o que disse Jesus. Mas esses fazedores de normas e ditadores de regras não querem nem saber do que Jesus dizia. Para esse tipo de gente o Amor é secundário. O que lhes interessa é o controle.
por Edson Marques às 6:13 AM do dia
13.7.13




Certas pessoas, desprovidas de raciocínio lógico, inventam para suas vidas uma verdadeira tragédia. E depois ainda querem que a gente participe dessa peça.
Eu, de minha parte, nem na platéia. 
por, Edson Marques às 1:57 AM
17 - 07-2013


Economizar no amor é uma demonstração de egoísmo. Guardá-lo só para nós mesmos, por quê? Mesquinharia. Da mesma forma que dá-lo todo para uma pessoa só é uma coisa descabida. Preferência inexplicável, quase um nepotismo... Um favorecimento ilícito. O que eu proponho é abrirmos a mão quando se trata de amor. Sem mesquinharia!
por Edson Marques


Grandes Inteligências

Em seus processos de raciocínio, as grandes inteligências acabam considerando sempre duas ou mais visões diferentes de uma determinada questão — visões complementares ou até mesmo antagônicas — e então as analisam ambas ou todas em conjunto, de forma refinada, rigorosa e simultânea, sem preferir nenhuma delas — até que alguma conclusão racional satisfatória e logicamente defensável se apresente. Esse método geralmente conduz à verdade e ao sucesso.

Esquematicamente, podemos dizer que dessa relação entre tese e antítese nasce a síntese. Que, por sua vez, passa a ser uma nova tese. Então, viva Sócrates — em todos os sentidos!
por, Edson Marques

Sobre o Poder e a Opressão

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , | Posted on 11:31



Nuno Michaels(link) numa entrevista concedida à Revista Activa sobre os tempos que decorrem e aí vem.


“Estes anos vão ser a história de uma humanidade explorada e oprimida a insurgir-se contra as figuras de poder que querem manter benefícios. A velha ordem vai explorar até onde puder e a revolta irá surgir. A forma mais negativa de viver isto é com violência. Há pontos críticos: a partir do final de Maio irá haver uma aceleração da crise e ao redor da terceira semana de junho, meio de setembro, quando Úrano fizer quadratura a Plutão vamos ver os direitos individuais em colisão com a estratégia definida pelas figuras de poder de controlo. Cabe a cada um de nós trilhar um caminho de individualização porque as massas são sempre apanhadas com as calças na mão, mas os seres conscientes podem pôr os seus recursos ao serviço do coletivo. Acredito que em 2023 teremos uma sociedade mais bonita.”


“Neptuno dilui fronteiras e permite o propagar da compaixão mas também de coisas menos boas. Em termos físicos pode haver contaminações coletivas, epidemias como a histeria da gripe A. Em termos emocionais será mais fácil propagar o medo, o que interessa a quem está no poder já que manter o instinto de sobrevivência ativado nas pessoas as torna mais manipuláveis. Em termos mentais, pode haver ideias sedutoras a propagarem-se muito rapidamente. Em momentos de crise há sempre os que promovem o apocalipse e os que prometem a salvação. Vão aparecer muitos falsos profetas, charters de gurus no meio do nevoeiro a propor grupos para nos salvar. Muitos infelizmente à volta de princípios da ordem antiga, a prometer uma salvação vinda do exterior. Não vai ser fácil para os portugueses que vivem o mito do salvador, quer seja o D. Sebastião, a Troika ou o Ronaldo temos sempre alguém mitificado no exterior, o paraíso projetado para fora, para longe e para o futuro.”

O Dom de Aquário

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , | Posted on 11:17

 Para Aquarianos, como Eu... via Nuno Michaels


 Participação


O Dom de Aquário


Conhece a frase do profeta americano Edgar Cayce que diz “pássaros da mesma plumagem voam juntos”?



O que significa para si esta frase?

Pássaros da mesma plumagem” pode significar almas afins, indivíduos com os mesmos interesses, visões do futuro e projectos. Seres de boa vontade que partilham de ideais individuais e/ou colectivos comum, que comungam da mesma vontade de se renovarem e de renovarem o mundo ao seu redor, de contribuir para que exista mais liberdade, dignidade, justiça, equidade, consciência ou verdade. Indivíduos que se identificam uns com os outros, e se reconhecem, por aspirações ou impulsos, semelhantes.


E “voarem juntos” pode significar, nesta perspectiva, que é em grupo mais do que individualmente, unindo esforços e recursos, amparados e motivados pela energia grupal para a qual contribuem - e que os amplia em retorno -, que a edificação das realidades futuras, idealizadas e partilhadas, pode acontecer.

E este é o Dom da Participação – procurar os da nossa “turma”, aqueles com quem partilhamos ideais, visões, aspirações, aqueles que são animados pelo mesmo espírito que nós. Honrar a necessidade profundamente humana de encontrar “iguais” com os quais se possa unir esforços para implementar uma visão partilhada por todos. Chama-se ao reconhecimento desse espírito comum “unanimidade”, isto é, um só ânimo. Em latim, “animus” significa “espírito”, aquilo que vivifica, energiza, dá vida. E quando um grupo de indivíduos é animado pelo mesmo espírito falamos de unanimidade.

Mas isto é profundamente diferente de um grupo de indivíduos
que se une por uma identificação exterior, ou formal,
mais ligada com a aparência do que com a essência.

Quando estamos perante um grupo de pessoas que age da mesma forma, veste da mesma forma, repete os mesmos gestos e rituais que valem mais pelo aspecto exterior e formal do que pela essência da sua intenção, partilham dos mesmos ritos e hábitos, ou se socorrem dos mesmos símbolos exteriores de estatuto ou poder para encontrar aí um senso de identificação, comunidade ou pertença, falamos de uniformidadeisto é, de uma unidade de forma e não tanto de uma unidade de espírito.

Mas para que os “pássaros da mesma plumagem” voem juntos, há dois requisitos inevitáveis.

O primeiro e mais fundamental deles, parece evidente, é que cada um descubra a verdade essencial acerca da sua própria natureza e da sua própria “plumagem”.

Isto é, ter a firme intenção de ser fiel e verdadeiro a si próprio – enfrentando, se necessário, a inevitável pressão para a conformidade que vem não só de “fora”, da sociedade, ou da família, ou do grupo de pares, mas essencialmente de “dentro”, daquela parte que em nós tem medo de não pertencer, de não se enquadrar, de não ser aceite, de ficar à parte, de ser excluído, de morrer sozinho e abandonado se não pertencer a um “rebanho” e encontrar nele a mesma segurança e protecção que o rebanho oferece à ovelha.

É que o preço de permanecer ovelha, sacrificando a própria autenticidade em prol da ilusão de segurança de pertencer ao rebanho, embora pareça menor no curto prazo, torna-se insuportável no longo prazo.

É o preço de nunca descobrir ou assumir a verdadeira individualidade, é o preço da falta de autenticidade, é o preço de nunca se vir a ganhar consciência de quem realmente se é, é o preço de permanecer aquém de quem se nasceu para ser ou tornar.

Então o primeiro requisito é descobrir, e assumir, a “cor” da própria plumagem. Na história do Patinho Feio, é fácil compreender que o sofrimento do “patinho” só durou enquanto ele se comparou, e se obrigou a ser, como os outros patos – até descobrir que na verdade era um cisne. Até reconhecer a sua verdadeira “plumagem”.

A este processo chama-se "Individuação": tornarmo-nos aqueles que somos, que nascemos para ser, e nos quais nos tornamos à medida que somos o que somos.

E é a grande tarefa simbolizada no signo oposto e complementar de Aquário: Leão.
 
O segundo requisito do Dom da Participação é procurar outros cisnes, ou melhor, outros “pássaros” da mesma plumagem.

Não se trata de procurar aqueles com que se partilha a uniformidade, mas daqueles com quem existe um senso de unanimidade.

Enquanto por auto-envolvimento, falta de generosidade, cobardia, orgulho e sobranceria, medo de perder a própria identidade ou qualquer outro motivo separatista existe a recusa em participar, colaborar e contribuir em, e para, o Grupo, este Dom não pode ser desenvolvido.

Então o segundo requisito do Dom da Participação é ir à procura de “outros como nós”, outros que vejam, acreditem, idealizem, busquem como nós próprios. Não têm que ser iguais a mim; pelo contrário. Têm é que ser iguais a si próprios. É da unidade nascida da diversidade que se cumpre a Participação, e das sinergias criadas pela multiplicidade de identidades, interesses, estilos, talentos, valias, e abordagens à Vida.

Estes "Outros" partilham aspirações, interesses, frequências mentais, ideológicas ou espirituais, e é com estes outros que é natural, espontâneo, fluido haver um senso de identificação mais profunda do que superficial, essencial mais do que formal, e um senso de pertença a uma mesma “família cósmica”, um vago senso de familiaridade, bem-estar, ou simplesmente conforto e prazer na presença ou partilha.

São os nossos "Irmãos de Jornada" com os quais, ao agregarmos poderes e vontades, podemos fazer infinitamente mais pelo destino colectivo do que qualquer um de nós poderia fazer apenas por si mesmo.

Onde estão aqueles com quem me posso identificar?

Onde estão aqueles que acreditam no mesmo que eu?

Onde estão aqueles com quem posso juntar esforços e contribuir e participar para fazer avançar a sociedade, para implementar uma visão partilhada do mundo, uma causa social altruística, os meus ideais? Onde estão os outros que têm, como Martin Luther King, um sonho que eu sonhe também?  Onde estão os outros que posso servir, ou com quem posso servir mais e melhor unindo os meus esforços aos seus?

O Dom da Participação pode assumir a forma de um voluntariado, de um sindicato, de uma associação com ou sem fins lucrativos, da organização de eventos por um mundo melhor, pela Paz, pela solidariedade ou pela justiça, pela participação em grupos de auto-ajuda, serviço e crescimento espiritual, a colaboração em rede através da internet e grupos organizados de interesses.

Qualquer forma que permita honrar a essencial associação de esforços e recursos em verdade, autenticidade e respeito pela natureza própria, por forma a ajudar o mundo a evoluir, as consciências a mudar e os seres a sofrerem cada vez menos são prendas do espírito do Homem ao Mundo e de Deus ao Homem antes de mais, por nos permitir, a cada Um, reconhecer no coração do Outro a própria Divindade essencial. E essa Fraterndade Amorosa é a meta da Era, e da energia, de Aquário.





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