Poemas Massivos
Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in As Palavras , Diálogos , Fotografias , Poesia , Quando Uma Doida Fica Mesmo Louca | Posted on 23:13
Fotografias de Tina Modotti
Poemas Massivos
por NãoSouEuéaOutra
Poetar 1
…guarda-me do Terror
do Terror destes aguçados Dentes
que o Horror não faça Dor
e Doente e fique Demente
que seja Crente no fundo da Mente
para que a Alma seja Sol-Mente
e o Coração uma Água-ardente
que no fim o Rio em mim, seja Furor
e me livre de todo o Terror…
Poetar 2
há um esforço na garganta do meu juízo,
um esforço para compreender, mas mais para ver
há um apelo, gritante e danado às coisas do mundo
triste fim de galinhas tontas
há um grotesco selvagem, saído da vagina
que corta a última inteligência , é que há dias mortos
funerais destapados e imundos de quem não quer a paz
há um apelo à passagem cega do passado, hortas secas
e couves a voar, e que dizem, ‘’ somos anjos, meu amor, mas sai da frente!’’
Poetar 3
às vezes olho a Poesia, e não sinto nada
até fico estranha, tanto desinteresse
e só me enfio com quem me faz sentir
sou uma Amante ingrata, mas grata à Poesia
ninguém duvida, pois ninguém pode duvidar mais do que eu,
é este crivo onde me coloco e me faz penar
que às tantas digo, oh merda de Poesia, porque não acordas?
Poetar 4
Quando me debruço sobre as palavras da tua Alma,
Sinto esta Morte adentro, este soluçar que te vergou
Ou será que te vejo em mim, pedaços de remendos e ‘’remedos’’
Eu, tal como Tu, também duvido que algum dia me visite isso
Tal como tu – tu viveste eu não – sinto o amargo de nunca viver
Tomara que tivesse vivido à exaustão e morresse por isso
Assim Deus teria me extravasado naqueles momentos de segundos
Todos trocaríamos o lugar, é certo e tu, talvez trocarias o teu pelo meu
Apenas porque o teu foi doloroso, e talvez curto e o meu é longo e vivo
Embora por opção pudesse terminar e o teu não, porque era obvio
Somos semelhantes, mas tu eras um Poeta e eu apenas sou nada
A poesia amava-te e eu tento que ela me ame.
Vês a diferença dos nossos esforços, o amor também era e é a nossa meta
Como o desvincular do corpo das atrozes ardências e calamidades…
A vida foi-te intensa, e é também para mim
Escolhemos ruelas vertiginosas, estranhas
Amassamos com gritarias em nome do esforço de sermos inteiros
Carne, sangue, ossos, sexo, coração, mente e sabe lá mais…
Não somos fáceis, somos intransigentes; pulamos muros inadvertidamente
Arrulhamos às rolas e dizemos, ‘’tens água no bico ou é só palha!?’’
Mas, o mais que fazemos é ficar paralisados a olhar os tectos da cidade…
Tu no teu tempo e eu no meu…e sempre duvido desta felicidade
Somos mortais à partida e a velhice é-nos pesada e triste;
Cospem-nos na cara… somos peles nojentas e os jovens aferram-se ao medo
O medo que um dia lhes tocará…
Sabemos que um jovem nunca se lembra de ser velho!!!
Sabes, cheguei à conclusão que há uma raça de irmãos… corre-lhes o mesmo sangue!!
Entendes o que digo, é que se entendes, a raça é a mesma!!
Poemas Massivos
por NãoSouEuéaOutra
Poetar 1
…guarda-me do Terror
do Terror destes aguçados Dentes
que o Horror não faça Dor
e Doente e fique Demente
que seja Crente no fundo da Mente
para que a Alma seja Sol-Mente
e o Coração uma Água-ardente
que no fim o Rio em mim, seja Furor
e me livre de todo o Terror…
Poetar 2
há um esforço na garganta do meu juízo,
um esforço para compreender, mas mais para ver
há um apelo, gritante e danado às coisas do mundo
triste fim de galinhas tontas
há um grotesco selvagem, saído da vagina
que corta a última inteligência , é que há dias mortos
funerais destapados e imundos de quem não quer a paz
há um apelo à passagem cega do passado, hortas secas
e couves a voar, e que dizem, ‘’ somos anjos, meu amor, mas sai da frente!’’
Poetar 3
às vezes olho a Poesia, e não sinto nada
até fico estranha, tanto desinteresse
e só me enfio com quem me faz sentir
sou uma Amante ingrata, mas grata à Poesia
ninguém duvida, pois ninguém pode duvidar mais do que eu,
é este crivo onde me coloco e me faz penar
que às tantas digo, oh merda de Poesia, porque não acordas?
Poetar 4
Quando me debruço sobre as palavras da tua Alma,
Sinto esta Morte adentro, este soluçar que te vergou
Ou será que te vejo em mim, pedaços de remendos e ‘’remedos’’
Eu, tal como Tu, também duvido que algum dia me visite isso
Tal como tu – tu viveste eu não – sinto o amargo de nunca viver
Tomara que tivesse vivido à exaustão e morresse por isso
Assim Deus teria me extravasado naqueles momentos de segundos
Todos trocaríamos o lugar, é certo e tu, talvez trocarias o teu pelo meu
Apenas porque o teu foi doloroso, e talvez curto e o meu é longo e vivo
Embora por opção pudesse terminar e o teu não, porque era obvio
Somos semelhantes, mas tu eras um Poeta e eu apenas sou nada
A poesia amava-te e eu tento que ela me ame.
Vês a diferença dos nossos esforços, o amor também era e é a nossa meta
Como o desvincular do corpo das atrozes ardências e calamidades…
A vida foi-te intensa, e é também para mim
Escolhemos ruelas vertiginosas, estranhas
Amassamos com gritarias em nome do esforço de sermos inteiros
Carne, sangue, ossos, sexo, coração, mente e sabe lá mais…
Não somos fáceis, somos intransigentes; pulamos muros inadvertidamente
Arrulhamos às rolas e dizemos, ‘’tens água no bico ou é só palha!?’’
Mas, o mais que fazemos é ficar paralisados a olhar os tectos da cidade…
Tu no teu tempo e eu no meu…e sempre duvido desta felicidade
Somos mortais à partida e a velhice é-nos pesada e triste;
Cospem-nos na cara… somos peles nojentas e os jovens aferram-se ao medo
O medo que um dia lhes tocará…
Sabemos que um jovem nunca se lembra de ser velho!!!
Sabes, cheguei à conclusão que há uma raça de irmãos… corre-lhes o mesmo sangue!!
Entendes o que digo, é que se entendes, a raça é a mesma!!
Essa foto já foi ilustração de um poema meu...ela é linda...fala da espera...
tudo aqui está brotando como flor e perfuma o dia...
UAU!
Poemas massivos sim... de sentimentos, de pensamentos! Alguns em forma de oração, outros em forma de grito ou vómito... mas todos, todos mesmo a jorrar do ventre da bela e profunda poetisa! Ai Deus, como a admiro!!
poemas intensamente reflexivos um dar-se, doar-se á existência humana algures e os seus algozes furtivos. abraço
achei um monólogo...diálogo de saudade por aí...
'...A poesia amava-te e eu tento que ela me ame.
Vês a diferença dos nossos esforços, o amor também era e é a nossa meta
Como o desvincular do corpo das atrozes ardências e calamidades…
A vida foi-te intensa, e é também para mim
Escolhemos ruelas vertiginosas, estranhas
Amassamos com gritarias em nome do esforço de sermos inteiros
Carne, sangue, ossos, sexo, coração, mente e sabe lá mais…'
tão bonito, queria conseguir dizer tudo tudo que escreveu nesta edição
mas quem não tem ouvidos, não tem olhos...apenas boca para cuspir seu próprio veneno, não é mesmo?
.lindo Cintia
estou viciada em vir aqui. há vícios tão bons!
( estava com tanta saudade de ti, lá na outra casa. vim à tua. nem bati à porta. fui entrando. maravilhada. importas-te? )
Mariah, que bom vê-la aqui!!! Não me importo nada!! Vício?? Que nada!! Isso até é bom.
Um beijo... mais tarde, volto ao Covil do Olho... risos...
Valeu, Flor de Portugal! Abraços Poéticos!
Poesia da melhor qualidade.
Escreves e "sentes" como poucos! Invejo-te humildemente...
Um beijo.
Silvana Appio