Arranha-me Com Riscas

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , , , , , | Posted on 03:40


Desceu a rua. Maria. Era noite. O mistério encontrou-a. Não era uma Maria como qualquer uma, não senhora. Tinha saltos altos. O bico do salto tinha palavras e todo o corpo se listrou. Naquele momento em que lhe pousou os olhos, Maria perdeu o tino. A boca começou a torcer, a língua queria fazer poemas sem nexo e o sexo aos saltos queria dançar nos saltos altos. Ali despiu-se num arrepio e, ficou dentro dos minutos numa nudez suada… as costas se colavam à parede, os saltos altos se aferravam à terra. A Lua, até perdeu o juízo e como um felino, pela madrugada, começou a miar. Nessa madrugada, em Maria, a poesia nasceu-lhe no sexo, por conta de uns saltos altos e aquela pele colada aquele tecido parede.

O tempo passou sem nexo e o sexo cobriu. A saia curta, a cintura foi encontrar… listradas as suas pernas e sem cueca se pôs a cambalear fogosamente. O arrepio a percorria sem temor. Torneado o seu corpo, respirava a poro e poro o grito de uma poesia beijada pela sexualidade recém descoberta. O mundo passou a ser um quarto, pinchava para esparramar a poesia. Sexo e poesia, poesia e sexo.


NãoSouEuéaOutra in '' há demónios virgens de saias ''

Comments (2)

  1. Escrita e pujança de mãos dadas. De perder o fôlego...

  2. Maria... eterna musa... para o bem e para o mal!

    Um abraço

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Bichinho Azul, conta p´ra mim quantos dedinhos e buraquinhos contou por aqui?

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