a cozinheira da vida - onde a esqueceram?

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , | Posted on 16:04




‘ Tu sorris com doçura, como se o teu sorriso fosse um chocolate quente que aquece o coração em noites de Inverno. Fico de boca aberta a olhar-te, como quem olha não sabe bem o quê. Mas, na maioria das vezes, eu coloco esta cara, esta cara de rezingona, mal-humorada… apenas porque sei da ilusão das coisas. Este saber dentro – ainda que frouxo e calado – sabe das coisas. Se contasse como as sei, nunca irias entender, e explicá-las seria uma tortura para mim, eu que sou uma feirante de palavras mortas e débeis. Palavras conquistadas nas feiras de aldeia em aldeia, sob o suor impregnado de sangue de quem sabe que nunca as poderá conter e fazer delas a escada para qualquer lado, a não ser para mais silêncio até nada mais existir. Dizem que é a condição de simplicidade profunda que renegou ao vício das palavras, que faz com que a voz se vá suicidando.
Se uma palavra, uma frase não salva, porque continuar a proferi-las? Se ela constrói mais guerra, porque insistir em continuar a utilizá-la? Se ela trai, porque insistir em vender esse produto e continuar fingindo que não é verdade?
Começo sem saber, que o teu riso no rosto é apenas mais um gesto irónico que revela o quanto estou condenada. Estou condenada a morrer, enquanto vejo um a um os meus assassínios e não posso levantar um dedo, porque há muito injectaram-me com anestesia e me obrigaram a ficar de olhos abertos e apagados... ‘

NãoSouEuéaOutra in ‘esquissos sorumbáticos abortados

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Bichinho Azul, conta p´ra mim quantos dedinhos e buraquinhos contou por aqui?

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