inside - out / words

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , | Posted on 10:28




[Risca-me, oh doravante, do caderno das tuas vivências. Não quero, não quero mais e nunca mais pertencer ao livro dos silêncios não trabalhados, escondidos. Dos silêncios agrestes, cheios de pimenta preta, lancinantes e vertidos à magia negra oculta. Tua boca seca, porém ávida, é senão loucura aos meus sentidos, é tempero de comida salgada, ardida, funesta, consumida. Risca-me, oh doravante, que nesta terra não há lavradores predadores, nem eiras onde o trigo seca ao vento sem criação. Não digas que beijas o pescoço com o amor por inteiro, se te vejo a alma rota e mendigando e o teu umbigo é senão uma ratoeira mal hospedada que vive como uma sanguessuga emocional.
Risca-me, oh doravante, dos teus reinos mal assados ao fogo da tua própria panaceia doente. Deixa-me para poder sacudir o pó que impregnas pela epiderme sedosa, que anseia a pátria do grande encontro, convertido à milésima chama do verdadeiro amor.
Esta parede está preta, porque a ti devoto o espelho da tua própria podridão, a mesma que carrego, só porque os teus silêncios são a peste negra que invade os hemisférios neuronais, onde a tua voz é clamor de pedinte… ]

in “histórias dos amores falidos” - NãoSouEuéaOutra


os textos que escrevo, são pura ficção. escrevo de ninguém para ninguém. tenho este vicio de inventar histórias, não importa os contextos... sou mera escrava da palavra que serve-se de mim, como muito bem entende. única forma de escrever é deixar a palavra escrever por si e entregar ao vento....

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Bichinho Azul, conta p´ra mim quantos dedinhos e buraquinhos contou por aqui?

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