Pitágoras
Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in Escritores , Filosofia , Fotografias , Hossein Zare | Posted on 23:52
Ao ver estas fotografias, de Hossein Zare, lembrei-me de um livro que tinha na prateleira, de 2005, lançado pela Editora Esquilo, cujo titulo é Pitágoras. Fui então, reaver umas linhas do livro e transcrevê-las aqui.
« Pitágoras respondeu num tom seco:
- A sua fonte é o Absoluto, o Silêncio anterior a todas as formas, a todas as sucessões de factos, ou seja, anterior aos números. Um «nada» que, ao manifestar-se, se transforma no Uno. Falo disso, mas deveria calar-me, porque este conhecimento não só é secreto como não pode ser transmitido senão através do poder da inspiração silente. (...)
- Para se experimentar a si mesmo, o Uno, a mónada (imaginemo-lo como um ponto de luz), deslocou-se deixando um rasto no espaço. O seu movimento formou uma linha luminosa que, num dado momento, se quebrou. Desta quebra surgiu o Dois, a diáda. Estas duas linhas luminosas voltaram a fracturar-se infinitas vezes. Depois, as linhas deslocaram-se, formando planos de luz e, novamente, deslocaram-se os planos criando volumes ou universos configurados por pontos de luz.
«Nós habitamos nointerior de um desses universos, repleto de estrelas. Compreender isso permite-nos deduzir que tudo o que existe faz parte de um mesmo Ser, uma vez que tudo tem como origem um único ponto: O Uno, uma fonte de luz surgida do Silêncio, do Vazio...
«Depois da fractura do Uno, surgiu a diversificação, ou seja, os números, o que equivale a dizer que irrompeu tudo o que deveria existir: mundos e seres em expansão, multiplicando-se entre si e vagueando pelo cosmos, esquecidos da sua natureza original. (...)
(...) Certamente - frisou Pitágoras, - o meu mestre Anaximandro foi o primeiro homem capaz de prever os eclipses.
(...) Nesse momento, Pitágoras recordou Anaximandro, que nunca se conformara com a explicação mítica dos eclipses. Pensou também em Maati que, como sacerdotisa da Bastet, lhe explicara de que modo, durante cada eclipse, a serpente cósmica desejava devorar o Sol, mas era vencida e morta por Bastet, a gata celeste. Pitágoras quis conhecer a opinião de Surba acerca esses conceitos míticos.
- A maioria das pessoas pensa que os eclipses se produzem por acção de uma serpente celeste. Não seria melhor explicar-lhes claramente a natureza dos ciclos de Saros dos quais me falas? - inquiriu.
Benigno Morilla in Pitágoras
Fotografias Hossein Zare
Fotografias Hossein Zare
Boa tarde.
Venho agradecer a sua visita e dizer que é bem-vinda.
Gostei muito de ler o seu comentário. O belo para lá da afirmação física. O belo material e o belo intelectual.
Sócrates possivelmente não era belo mas atraía paixões. :))
Apreciei sobremaneira este registo do uno e infinito.
Bom fim de semana que se avizinha.