Alone ALONEEEEE

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , | Posted on 14:39

Tilda Swinton

" – solidões imperfeitas – "


Género: Poesia/escrita criativa

Autora:  NãoSouEuéaOutra

escrito a, 6 de outubro de 2008
  
 
«As estradas são estreitas,
Os caminhos são longos
E o tempo será sempre curto.»


… Os dedos são surdos à essência da água
O concavo da mão, também…
As linhas que a atravessam
São como regatos, despejam-na.

Não há homem que sobreviva
Se não vencer a si mesmo,
Como não há mulher que sobreviva
Se não amar a si mesma.

A existência tem estes dois pólos,
Interpenetram-se, mas estão sempre sozinhos
E a viagem, termina-se lá onde a morte acolhe
Para a vida que não se sabe, uni-los …


 ……


Neste mundo andamos como loucos, embora garantimos a quem nos ouça, que não é verdade. Somos os seres mais solitários à superfície da terra. Dizem que nascemos sozinhos, e que daqui partiremos sozinhos. Mas nesta existência, fazemos daqueles que nos rodeiam a nossa âncora para nos salvarmos dessa solidão lenta que cresce na nervura das nossas profundezas, para que sejamos compensados naquele momento crucial onde não nos valerá qualquer companhia. Porventura, a velha Senhora sentada na soleira da sua porta diria: «Quanta solidão está adormecida nos nossos corações e que não ousamos ouvir.» Concordo com ela! Há um lugar dentro de nós que nunca pode ser saciado por nenhuma alma humana, e entre nós, há quem veja esse lugar e sabe que aí ninguém pode chegar e muito menos nada de concreto, realizável materialmente pode acalentar. Não é um lugar com estofos de veludo ou com plumas; antes é um lugar árido, frio que precisa de ser alimentado por algo que não tem nome.

Preferimos quase todos nós, viver à superfície. Contemplar somente o botão da rosa. É muito mais fácil, do que darmos ao trabalho de conhecer a raiz que é o lugar de onde parte a rosa. O segredo da rosa está na raiz, diz a velha Senhora. Para conhecer a raiz é preciso chafurdar no húmus da terra, é preciso descer ao subterrâneo e estudar a estrutura que lhe dá origem. Um fotógrafo, por exemplo, interessa-lhe a obra já feita, o esplendor da rosa, mas nunca questiona a raiz e nem a fotografa. É feia, é nojenta. Ninguém quer ver o sujo, que afinal é a quinta-essência onde a obra acontece. A rosa é só a parca ilusão da maravilha que antecedeu e que ninguém percebeu. Grande é o sábio que antes de apreciar a rosa, aprecia a sua raiz. A verdadeira beleza está contida nos bastidores, e é lá que deve permanecer e somente se deve oferecer ao mundo um pequeno espirro de perfume. Porque tudo o que é belo, fere os olhos e por norma os homens ambicionam possui-la ao primeiro vislumbre e por isso matam. Porque todos cortam a mais bela rosa de um manto de jardins? Porque ninguém se atreve arrancar a raiz e, semeá-la no seu próprio jardim e ignorar a rosa? Uma rosa arrancada, tem a duração de um segundo e a felicidade é tão imperfeita que se desfaz. O homem para sentir a felicidade, rouba-a à rosa e porque não consegue contemplar e nem perceber o verdadeiro segredo da rosa, morre com ela. Ele não entende que de uma rosa, não nasce outra rosa, mas alimenta-se da ilusão que sim. A riqueza do ouro, não está no ouro, mas sim na terra que o gera; mais uma vez o homem fica seduzido e possuído pelo brilho e tenta destruir, neste caso a terra… maltratando-a com a sua avidez que geralmente é sempre avara. Nunca produz nada!!! Pepita de ouro, rosa de aroma… duas metáforas, dois níveis e o homem sempre se desviando da sua grandeza pela avareza. Daí, a estrada é estreita e o caminho é longo.

/ – / Não me confundam como uma louca ao escrever isto. E, desculpem-me, mas não sei escrever como esses eruditos que tudo sabem e tudo entendem. Eu, apenas sei o que ouço nos embrulhaditos do meu cérebro e raras vezes questiono o que por ali ouço. Costumo dizer que sou apenas instrumento imperfeito de uma trovada de hemisféricos.  / – /


Alguns comentários à época do texto:

Não é louca não Ninha… você é realista demais…já estamos ficando mesmo cansados de ver as coisas feitas, somos acomodados, não escarafunchamos o fundo do poço para pesquisar de onde chegam-nos as bactérias…temos na mente somente a corrida do tempo, estamos nos esquecendo da beleza interior, das realidades internas….
Infelizmente…
É realmente dolorosa essa realidade….
Vc vê onde não alcançamos…sua mente se abre ao léu e capta fatos dentro da sua nata inteligência…
Belo..ninha;……mas doloroso…..
Ma


A beleza está nos líquidos, finos, densos, entranhas…
O Amor brota vigoroso, esplendor
Mas vem a mão do homem
Trincam-se finais belos
A púrpura Rosa apenas deixa a luz
no coração de quem ama e vai…destruída, despetalada, morta…
em carne e ossos…mas Luz….Luz Diamante…Amor…
Cintia



Comments (0)

Enviar um comentário

Bichinho Azul, conta p´ra mim quantos dedinhos e buraquinhos contou por aqui?

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...