Delatar

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , | Posted on 09:36



" – Delatar – " 

Género: Poesia
Autor: NãoSouEuéaOutra



Que chatice Que chatice
Caminha pelo beiral
Vomita lavas de fogo
Enterra demónios Demónios enterra
Lavra mentiras
Mora em tudo
Não é cego Cego não é
Tosse muito
Vocifera ditos Ditos vocifera
Mora aqui ao lado
Dentro da parede


Ah, Deus que tardas


Amarelo Amarelo enxofre
Tece ele Ele tece
Ferra seu ferro
Tal e qual Judas
Não é Soberano Soberano não é
Mente com todos os dentes
Juízo não lhe sobra
Vagabundo errante Errante vagabundo
Sem santo nem deus
Demónio ao quadrado Quadrado ao demónio
Que jaz ali no beiral
E que diz
Se te apanho, cego-te
Se te apanho, como-te
Se te apanho, mato-te


Foram preciso virgulas Virgulas foram preciso
Se te apanho, devoro-te
Não és o Outro, o Outro sou eu
Amarelo claro Amarelo pálido
Amarelo Amarelo
Enxofre
Demónio
Tanatos


Escrito em Novembro no presente ano de 1999 D.C .

Comments (3)

  1. A imagem delata a poesia que não cheira a enxofre. E enquanto os versos procuram 'aoutraquenãosoueu', a outra, que sendo ela, ela mesma em 'NãoSouEuéaOutra' responsabiliza as vírgulas pelo sucesso do poema.


    ¬
    Bom fim de semana.

  2. Como não emocionar-me? Sempre , sempre. Uma palavra, uma vírgula, um sinonimo inteligente...Não, não há como deter esses vampiros da noite que invadem o dia mais claro de toda uma vida, uma pele, abocanham com o mal...espíritos que anjos não deteem...ah Deus do Céus, se existes venha, venha, salve-me das palavras vãs, dos desonestos, dos bandidos que até amei,amei até de mais...Salve pelo menos as minhas palavras para que pense nelas e depois ainda deposite confiança que são verdadeiras, que quero, quero a elicidade que as palavras falam mas não me fazem sentir....
    *Escrevi...ditaram-me? Não sei...nem vou corrigir...
    Grande abraço irmão....

  3. e o objecto do canto é... garantidamente o poema não fugiu.
    sabes, ainda tenho as entranhas verdes de tanto balouçar na forquilha deste teu poema. 1999! podia tão bem ser hoje. é hoje.
    beijos!
    p.s. já te disse? o poema não fugiu. o poema não foge.

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Bichinho Azul, conta p´ra mim quantos dedinhos e buraquinhos contou por aqui?

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