Fernando Pessoa e Allan Poe - Corvo

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , | Posted on 20:35




O Corvo 
- Edgar Allan Poe traduzido por Fernando Pessoa -


7
Abri então a vidraça, e eis que, com muita negaça,
Entrou grave e nobre um corvo dos bons tempos ancestrais.
Não fez nenhum cumprimento, não parou nem um momento,
Mas com ar solene e lento pousou sobre os meus umbrais,
Num alvo busto de Atena que há por sobre meus umbrais,
     Foi, pousou, e nada mais.



8
E esta ave estranha e escura fez sorrir minha amargura
Com o solene decoro de seus ares rituais.
"Tens o aspecto tosquiado", disse eu, "mas de nobre e ousado,
Ó velho corvo emigrado lá das trevas infernais!
Dize-me qual o teu nome lá nas trevas infernais."
     Disse o corvo, "Nunca mais".

Comments (1)

  1. Uma ave inteligentíssima que merecia mais estudos!

    Beijos

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Bichinho Azul, conta p´ra mim quantos dedinhos e buraquinhos contou por aqui?

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