Vida de Cão / Life´s Dog

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in | Posted on 07:43


«tantas vezes observo, que às tantas fico estática, macambúzia, sorumbática, carrancuda... até sem meias, sem cuecas, sem soutien. Fico uma Virgem louca, desbaratada... uma Puta perdida, agoirando o caminho. 
Na ilusão dos tempos me perco e desdobro a solidão que nasceu comigo. Nem o próprio grito à nascença a espantou. Contudo a solidão dos outros me espanta de sobremaneira. Uma solidão vazia, cruel e fingida. Quem nunca ficou preso por entre silvas durante a noite e por noites, não pode saber da verdadeira solidão. Essa solidão que se emaranha por dentro, e que só não mata, porque há qualquer coisa que não deixa, mas que golpeia sem norte e sul, este e oeste. Os dias são arrasadores e, não há luz que te abrigue das selváticas malécias que as silvas provocam na tua carne... embora o cão esteja sentado a ladrar e abanar o rabo, não pode salvar-te, porque ele também não sabe de bússolas para os humanos. Mas na hora da travessia, bem antes à chegada ao rio do esquecimento, ele estará lá para te quebrar a cabeça e torcer o coração!! Chacal, um juiz minucioso, rigoroso - um filho da perfeição nas suas leis - e que vai ler-te a verdade, e não aquela que julgas... »

NãosouEuéaOutra in Transcrições  Pessoais



 "Há só uma passagem até ao Caminho; só chegando bem ao fim se pode ouvir a Voz do Silêncio. A escada pela qual o candidato sobe é formada por degraus de sofrimento e de dor; estes só podem ser calados pela voz da virtude. Ai de ti, pois, discípulo, se um único vício que não abandonaste ainda sobrevive; porque então a escada se abaterá e far-te-á cair; a sua base assenta no lodo fundo dos teus pecados e defeitos, e antes que possas tentar atravessar esse largo abismo de matéria, tens de lavar os teus pés nas águas da renúncia. Acautela-te, não vás pousar um pé ainda sujo no primeiro degrau da escada. Ai daquele que ousa poluir um degrau com seus pés lamacentos. A lama vil e viscosa secará, tornar-se-á pegajosa, e acabará por colar-lhe o pé ao degrau; e, como uma ave presa no visco do ardiloso caçador, ele será afastado de todo o progresso ulterior. Os seus vícios tomarão forma concreta e puxá-lo-ão para baixo. Os seus pecados erguerão a voz, como o riso e o soluço do chacal ecoam depois do sol se pôr; os seus pensamentos tornar-se-ão um exército e levá-lo-ão consigo, como um escravo cativo."

Blavatsky, Helena - A Voz Do Silêncio

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Bichinho Azul, conta p´ra mim quantos dedinhos e buraquinhos contou por aqui?

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