Estrogénio 3

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , | Posted on 16:33

De que forma pode o nosso modo de vida contribuir para o risco de cancro da mama?

Existem tipos de toxinas em compostos sintetizados pelo Homem, conhecidos como xenobióticos que contaminam os alimentos, a água e o ar. Muitos destes xenobióticos são carcinogénicos e muitos têm também actividade estrogénica. Quando os xenobióticos entram no corpo por ingestão, inalação ou através da pele, é feita uma tentativa para desentoxicar esses compostos e eliminá-los do corpo. O nosso sistema de desentoxicação não é totalmente eficiente e por isso, algumas toxinas permanecem na circulação sanguínea. Aquelas que são solúveis nas gorduras, ficam como reservas dos tecidos lipídicos e permanecem lá indefinidamente. A mama tem uma grande concentração de tecidos gordos e por isso é susceptível de concentrar em si muitas toxinas.

Um mecanismo de iniciação à carcinogénese por fontes ambientais é através da produção de radicais livres, que danificam o DNA ou o material genético, resultando numa mutação.

Outro modo como os xenobióticos podem contribuir para o cancro da mama é através da estimulação dos efeitos da hormona reprodutiva estrogénio. O estrogénio estimula o crescimento do tecido do peito e isto inclui as células de cancro que lá estiverem. Assim, o estrogénio é muitas vezes um grande estimulo para o crescimento e proliferação do cancro da mama. Os ovários são responsáveis pela produção de dois terços do estrogénio produzido por uma mulher em idade pré-menopausa. Nos nossos dias, uma mulher não só tem de contar com o seu nível natural de estrogénio, mas também com o tratamento de substituição do estrogénio na menopausa, mais o estrogénio extra provindo do ambiente (xenoestrogénios). A ligação entre o estrogénio e o cancro da mama é baseada no facto de mulheres com maior densidade óssea também têm maior incidência de cancro da mama. Grandes concentrações de estrogénio aumenta a massa óssea e pode também aumentar o cancro da mama. Se as mulheres sempre produziram estrogénio, por que razão este aumento dramático de casos de cancro da mama nos nossos dias? Não só os xenoestrogénios (toxinas ambientais) e os tratamentos de substituição terapêutica podem ser factores, mas também temos de ter em conta que as mulheres estão a produzir cada vez mais estrogénio natural ao longo das suas vidas. Por cada ciclo menstrual, há uma exposição a elevados níveis de estrogénio. As mulheres de hoje começam a ovular mais cedo e têm menos filhos, do que resulta uma maior exposição ao estrogénio e seus efeitos inerentes, durante um tempo de vida que também tende a cada vez ser maior.

Uma outra fonte de exposição ao estrogénio é a carne de vaca e o leite comercializados. O gado é criado com pílulas de estradiol para engordar. Relembre-se que o estradiol é a forma mais cancerígena do estrogénio. Para reduzir a exposição a fontes alimentares contaminadas com xenoestrogénios, reforça-se a necessidade de escolhermos uma alimentação saudável, rica em vegetais.

Para evitar o risco de excesso dos níveis de estradiol no organismo provocados por tratamentos de substituição terapêutica com estradiol, ou progesterona sintética, pode-se usar estriol e progesterona natural que até podem reduzir o risco de cancro da mama. Estas duas últimas hormonas podem portanto ser usadas na substituição hormonal na menopausa, com muito maior segurança e menos efeitos secundários.

Há muitos factores do nosso estilo de vida que podem influenciar a produção de estrogénio no organismo. A obesidade, por exemplo, aumenta a conversão de hormonas adrenais em estrogénio. O exercício físico baixa os níveis de estrogénio. O consumo de álcool aumenta os níveis de estrogénio. Uma dieta rica em fibras reduz os níveis de estrogénio por eliminação do mesmo através das fezes.

Os linhanos, compostos que se encontram em elevadas concentrações em sementes de linho, reduz a actividade estrogénica do corpo de outra maneira: os linhanos estimulam o fígado para produzir a hormona sexual ligante globulina. Esta hormona liga-se ao estrogénio e reduz os níveis de estrogénio livre na circulação. Só o estrogénio livre é que é activo biologicamente e capaz de contribuir para o cancro da mama. Os linhanos também têm acção antioxidante, diminuindo a formação carcinogénica no corpo e, além disso, tem sido demonstrado em estudos de cultura de células, que os linhanos reduzem o crescimento de células sensíveis ao cancro da mama e à angiogénesis.

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