Dissertação inconseqüente

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , , , , | Posted on 12:15

Dissertação inconseqüente:

Música, texto... Tudo inconseqüente! Menos o Nelson Cavaquinho, é claro!



Por que os amantes, os poetas deslumbrados, apaixonados por musas às vezes indiferentes, falam tanto em coração? Será por que pulsa latente, por bater freneticamente ao ver a mulher amada este órgão vital, eleito símbolo metafórico do amor? Sei não... Sou mais o meu fígado boêmio, que me atura penitente tentando coar o álcool bebido nos bares, botecos, botequins mal afamados, acompanhado de cantorias e choro contido, agora bêbado liberado (o choro), por algum amor não correspondido.

Meus pulmões apavorados, engasgados pela fumaça azul dos meus cigarros, tossindo respiram ou tentam suspirar por ela, versos tristes de dor.

São eles: fígados, pulmões que te amam, não esse coração inconstante inconseqüente, doido por outro rabo de saia, pelo primeiro olhar lascivo de outra mulher, quiçá, próxima paixão. Não, meu fígado não! Ele sempre será fiel a você. Bêbado ou não ele nunca cantará: “Esta é a última canção que faço pra você...”. Eita que já escutei e fiz muito isso! Em muitos templos chamados de “Bares da vida”.

Por isso, poetas cantadores noturnos, deixem o coração em paz. Ele tem que bater compassado como um operário de fábrica para poder sempre, em serenatas cantar a todas as mulheres amadas “Se você quer ser minha namorada, ai que linda namorada...”, acompanhado pelo conjunto regional: fígado, pulmão, pandeiro, roucas cordas vocais, moelas como tira-gosto, cana, cerveja e violão.

Antes que alguém me pergunte, esse não sou eu não! É o protesto dos órgãos subordinados ao bendito do meu coração.



Yon Rique


Comments (3)

  1. nem de propósito... o coração (hihihi)...
    sabes, aprendi a amar e a desamar sem o coração!? é assim como que uma forma de adaptação biológica e sensível aos constrangimentos da existência. se vivesse dentro da água, nascer-me-iam guelras e barbatanas... se tivesse de voar, arranjaria asas... se tivesse de desamar...
    um beijo com... coração :)!

  2. o coração, pra mim, fraqueja...mas ataca-me os rins, o fígado a cada maldade humana...sim acho que só maldade, pois animais não tem maldade, mas sim defesa...ne isso podeos voceirar como cães, morder esses infames e idiotas...rs


    bom coloquei uma musiquinha por lá...rs

  3. Saudades, tantas... desse grande e belo poeta! E que gosto, senti-lo presente em cada palavra sua. Cada vez que olho o céu, parece-me que baila por lá mais poesia!!!!!!

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Bichinho Azul, conta p´ra mim quantos dedinhos e buraquinhos contou por aqui?

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