Almas Dançantes

Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in , , , , , | Posted on 22:28

António Gil - Fotografia



"Do Império(o verdadeiro)do Amor"

Ano: 2009

Género: Escrita Criativa
Autor: NãoSouEuéaOutra


A flôr que melhor define o Amor é a Rosa Vermelha; Oscar Wilde no seu Rouxinol e a Rosa, foi claro sobre a natureza do humano quando diante dele... O Rouxinol (embora não seja um ser racional) prova que prefere conhecer de tal maneira o amor em todas as suas formas que se entrega morrendo num consentimento sacrificial, e, para ele aquele acto não simboliza martirio, mas conhecimento altíssimo; doa-se para que um outro o percorra como um vale atravessado por um rio brilhante! No fim, Wilde, enterra a verdade como um punhal na nossa cara, ensinando-nos que não o reconhecemos quando ele nos surge de facto.


(…) Não fui no beco, na esquina, no cais, na viela. Não fui a lado nenhum e não procurei nada, além de si dentro das ruas do meu coração. Passo longas horas vendo os filmes onde você é o actor principal na tela, e eu apenas uma aspirante a dançarina ansiando o beijo de regresso. O regresso do Amor.
Dei conta de como uns olhos podem se tornar num grande oceano. Tive que contratar faxineiras para limpar o soalho da casa continuamente, porque preciso de me salvar do meu próprio amor arrulhando nas artérias. Tornei-me uma filha da devastação coronária que só as lágrimas conseguem suavizar. Perdi toda a vergonha de confessar a raiz do coração… dentro dele, tem cada tubérculo dorido, sonhando pela aurora. Meu coração declara que tem o sonho de um dia poder vislumbrar o belo estame e formoso carpelo em união perfeita, que aqui a pequenina eu, jamais tenha que uma e outra vez se tornar um oceano e contratar faxineiras.
Pergunto vezes sem conta, porque uns escolhem uma estrada e outros, uma outra. Escolhi a tarefa mais difícil de aprender e de uma vida inteira, a consciência do amor desprendido de todas as prisões. Vim aprender pela perca, pela morte. Aprender o que é mais importante numa e dentro de uma vida. Quero chegar no leito da minha morte, e ter a resposta clara… mas que Deus não me dê a oportunidade de me lamentar e querer regressar no tempo. Que faça, sim antes, o acontecer para que não lamente. Não quero chegar no leito da minha morte e dizer: ‘lamento a minha ignorância; lamento tê-lo visto passar e nada fiz por medos’! (...) ...


Preciso de subir na montanha ‘para lavar minhas pálpebras na chuva’ . (letra de uma canção de Leonard Cohen)

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Bichinho Azul, conta p´ra mim quantos dedinhos e buraquinhos contou por aqui?

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