A Beduína
Posted by NãoSouEuéaOutra | Posted in As Palavras , Beduína , Corpo Mulher , Deserto , Fantasia , Feminino , Solidão , Sombra , Tempo | Posted on 20:00
Zach Dischner
(source)
Sou uma Beduína Nómada. Sou antiquíssima. Continuo a percorrer os desertos. Sou uma Filha do Deserto e já vos disse centenas de vezes e vocês teimam em não me ouvir. Fui criada por entre ventanias de areias; clarões de luzes; sol a queimar a pele. Comi pasto não sendo vaca e nem boi, muito menos cabra. A vida sedentária não me fascina. Sou um espírito livre que navega pelos desertos, cuja alma se prende à intemporalidade dos dias e das noites. Tenho o privilégio de ser visitada pelas estrelas, de ser chamada à realidade adormecida. Doloroso é o despertar das trevas, e esperto, tem sido o (D)iabo que vive nas unhas dos meus pés, e há dias descobri que até faz cama nas minhas pestanas!! Ele precisa de controlar o que os meus olhos, tão cheios de deserto, andam a ver.
Não vos pertenço, oh (i)indivíduos medíocres! – digo-o muitas vezes num assombro de descontentamento.
Fiz-me sozinha, nas longas e árduas caminhadas pelas areias do deserto. O Oriente Médio pertence-me ao coração, dele me fiz e nele morri. Não me faço na religião, porque a minha religião é e pertence ao deserto. Sou uma solitária do caminho que não apela à vulgaridade e ao parecer. Fiz-me com o sangue das Serpentes; arranquei-me a mim mesma com as mandíbulas de Pantera; esperei como a Hiena pelos meus demónios e tive a coragem de ser Águia, apenas, para poder ver-me como um Deus de mim mesma (ainda que me tenham cortado meia asa).
Eu sou a Beduína. Nómada, sim. Se preferirem, podem chamar-me de Flor do Deserto, apenas para vos temperar o amargo da boca.
Não vos pertenço, oh (i)indivíduos medíocres! – digo-o muitas vezes num assombro de descontentamento.
Fiz-me sozinha, nas longas e árduas caminhadas pelas areias do deserto. O Oriente Médio pertence-me ao coração, dele me fiz e nele morri. Não me faço na religião, porque a minha religião é e pertence ao deserto. Sou uma solitária do caminho que não apela à vulgaridade e ao parecer. Fiz-me com o sangue das Serpentes; arranquei-me a mim mesma com as mandíbulas de Pantera; esperei como a Hiena pelos meus demónios e tive a coragem de ser Águia, apenas, para poder ver-me como um Deus de mim mesma (ainda que me tenham cortado meia asa).
Eu sou a Beduína. Nómada, sim. Se preferirem, podem chamar-me de Flor do Deserto, apenas para vos temperar o amargo da boca.
NãoSouEuéaOutra in '' A Beduína ''
Gosto desse espírito insubmisso e libertário!
É bom saber que existem pessoas assim.