Não importa. Às vezes somos carregados... outras vezes, carregamos. O outro, ou nós mesmos. Fardo leve, pesado, sustentável ou não. Nunca importa, presumimos que podemos carregá-lo e fazemos dessa razão a única razão pela qual nos sustentamos.
sou a metade amor, a outra desconheço pois fujo dela porque é lá o labirinto da minha dor insuportável, a qual ninguém vê mas as vezes se aproxima de mim e só o seu ar, perfume me faz esmorecer
De fato vivemos com a impressão de ser "um", de ser indivíduo. Mas bem ousou Buda a olhar mais longe e ver que, no fim dos cálculos, não somos uma unidade, mas um pedaço da fumaça que, enfim, é apenas fumaça. Se eu corto os braços de uma pessoa, ela continua sendo considerada uma pessoa. Mesmo se corto em pedaços, mesmo se ela morre, um simples fio de cabelo pode ficar e eu olho pra este fio e penso: "era de uma pessoa". Mas e se desintegro o fio, se chegamos aos átomos, se chegamos ao pó de que tudo é feito, quem é quem?
Sem contar que a mente não é uma só. Dentro de nós vivem multidões. Vive aquele que penso ser eu, e vive a projeção que os outros me transmitem, aquilo que as outras pessoas pensam que sou eu. E vivem as vozes interiores, os anjos e demônios, o bom moço e o vilão, o que carrega e o que é carregado. Não existe indivíduo. Existe uma multidão que se aperta dentro duma só alma.
Logo, responder ao "quem sou eu" ou "o que sou eu" é uma busca sem fim. Tentar se conhecer é tentar conhecer uma galáxia. Sem contar que todos estes que vivem dentro de nós estão sempre mudando. Alguns morrem e outros nascem dentro de nós. A criança vai morrendo e cedendo espaço para o velho. Ou pode acontecer da criança nunca morrer e o velho nunca nascer. Sendo assim, quando estou perto de me conhecer, já sou outro. E novamente preciso tentar me conhecer.
Pelo menos isto torna a vida interessante. Isto pra quem precisa que ela seja interessante.
[ Oh, criatura humana! Como podes abandonar teu próximo, fechando-lhe os caminhos da vida e pedir depois a Deus que te dê o "pão de cada dia", se tu mesma negaste esse pão ao teu semelhante?... Helen Keller ]
[ Actualmente, ando com uma mini máquinazinha fotográfica de bolso de calça, além disso, esconde-se dentro da palma da minha mão. Nem se percebe a existência dela. Não limpo os ruídos às fotografias. Converto para preto e branco e mais umas minúcias sem importância. Portanto, naquelas que não têm ruído propositado, são da própria máquina e que não me apetece tirar. Quando reduzidas a largura para 600 pixels, no acto de guardar, escolho baixa qualidade, inferior a 80 por cento... daí que perca bastante nitidez. Isto não é uma galeria de arte, e nada daqui está para ir a votação ou a criticas... isto é um blogue, sem pretensão alguma. ]
« Sou de opinião de que todas as amizades exclusivas devem ser evitadas; porque o homem segue o vício mais prontamente que a virtude. E aquele que quer ser amigo de Deus deve permanecer sozinho, ou então ser amigo de todo o mundo. » - Gandhi
NãoSouEu
The Eternal Fire of a Pure Love
éaOutra
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Só quis ver como se fosse eterno. Alberto Caeiro, in "Fragmentos"
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ESTE É UM BLOG DE FICÇÃO. QUALQUER SEMELHANÇA COM A (SUA) REALIDADE, CREIA-ME, É PURA COINCIDÊNCIA. OS TEXTOS (POEMAS, CRÓNICAS, CONTOS, NARRATIVAS E ETC...) SÃO ''ASSINADOS'' PELOS AUTORES QUE O ESCREVERAM; TAL COMO IMAGENS, FOTOGRAFIAS...
"A arte de se fazer pela vida afora criança, brincar de viver, brincar com as letras, com o risco, com as pinceladas, com a mão na massa. Moldar o barro, talhar a madeira, esculpir qualquer coisa, até o homem burro, em mármore e pedra dura, a cabeça dura. A Arte é de todos os Deuses, até a do valor hipócrita das cédulas marcadas com a chancela :Deus! Toda Arte é pre estabelecida por Deus, sabe lá que Deus(?), mas Deus! Pois não há Diabo que aguente na admiração a qualquer feito da Arte. Pode-se arrancar os dentes, quebrar os braços, devastar campos de flores, inundar a Terra. Tudo virará lama a ser esculpida...Reergue-se com a Arte. Reergue-se com a Palavra. Palavra decidida. Há de sobrar um dedo de uma escultura partida, um roto pano com cores, com todo o fogaréu dos Diabos, livros queimados ressurgirão! A Arte ficará! A natureza recria, reinventa e o homem tolo, o que tem alma, é da natureza.... E a cada olhar do Demônio para as palavras escritas e para a Arte , há de sucumbir sim o próprio Diabo. Exclamações : Oh! Arte! Oh! Palavra! Oh!
O ódio morre, mas a admiração ao Belo, nunca!...."
Não importa. Às vezes somos carregados... outras vezes, carregamos. O outro, ou nós mesmos. Fardo leve, pesado, sustentável ou não. Nunca importa, presumimos que podemos carregá-lo e fazemos dessa razão a única razão pela qual nos sustentamos.
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Boa semana.
É uma descoberta que nos pertence a nós fazermos...
Regressado de um curto período de férias, aqui fica um beijinho!
sou a metade amor, a outra desconheço
pois fujo dela porque é lá o labirinto
da minha dor insuportável, a qual ninguém vê
mas as vezes se aproxima de mim e só o seu ar, perfume
me faz esmorecer
De fato vivemos com a impressão de ser "um", de ser indivíduo. Mas bem ousou Buda a olhar mais longe e ver que, no fim dos cálculos, não somos uma unidade, mas um pedaço da fumaça que, enfim, é apenas fumaça.
Se eu corto os braços de uma pessoa, ela continua sendo considerada uma pessoa. Mesmo se corto em pedaços, mesmo se ela morre, um simples fio de cabelo pode ficar e eu olho pra este fio e penso: "era de uma pessoa". Mas e se desintegro o fio, se chegamos aos átomos, se chegamos ao pó de que tudo é feito, quem é quem?
Sem contar que a mente não é uma só. Dentro de nós vivem multidões. Vive aquele que penso ser eu, e vive a projeção que os outros me transmitem, aquilo que as outras pessoas pensam que sou eu. E vivem as vozes interiores, os anjos e demônios, o bom moço e o vilão, o que carrega e o que é carregado. Não existe indivíduo. Existe uma multidão que se aperta dentro duma só alma.
Logo, responder ao "quem sou eu" ou "o que sou eu" é uma busca sem fim. Tentar se conhecer é tentar conhecer uma galáxia. Sem contar que todos estes que vivem dentro de nós estão sempre mudando. Alguns morrem e outros nascem dentro de nós. A criança vai morrendo e cedendo espaço para o velho. Ou pode acontecer da criança nunca morrer e o velho nunca nascer. Sendo assim, quando estou perto de me conhecer, já sou outro. E novamente preciso tentar me conhecer.
Pelo menos isto torna a vida interessante. Isto pra quem precisa que ela seja interessante.
Gostei moça...
http://olhosdefolhacintiathome.blogspot.com/2011/08/close-your-eyes.html
Grande beijo...